“Não temos nenhum caso confirmado de metanol em Goiás”: afirma secretário de Saúde

14 outubro 2025 às 12h02

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O Governo de Goiás divulgou, nesta terça-feira, 14, o balanço da segunda fase da força-tarefa que visa coibir a venda e a distribuição de bebidas alcoólicas adulteradas no Estado. A ação é uma iniciativa conjunta da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO) e da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO).
Ao todo, nove casos foram notificados, sendo um ainda em investigação, três descartados e cinco excluídos. O caso em apuração envolve um morador de Goiânia que deu entrada em um hospital particular após passar mal com o consumo de álcool. Além disso, 1.193 estabelecimentos foram vistoriados pelo Procon Goiás em 22 cidades do Estado. Deste total, 70 empresas foram autuadas, e 665 amostras de bebidas foram encaminhadas para análise, com a realização de 139 perícias.
Casos descartados
Segundo o secretário de Saúde, Rasível Santos, casos como o da moradora de Itapaci, na Região Central, de 25 anos, que passou mal após ingerir bebida alcoólica, foram descartados após exames toxicológicos darem negativo para metanol. A paciente segue internada em um hospital de Uruaçu, na Região Norte do Estado, e apresenta evolução clínica, com a retirada do equipamento de ventilação mecânica.
O caso de um paciente de Padre Bernardo, de 47 anos, que apresentou sintomas graves na UPA de Brazlândia, no Distrito Federal, também foi descartado. Contudo, o homem veio a óbito no último dia 6, após diagnóstico de morte encefálica. Apesar dos registros, não há nenhuma confirmação de intoxicação por metanol em Goiás, destacou o secretário. “Estamos muito felizes com o resultado da operação, mas vamos manter as forças em alerta”, afirmou Rasível.
Ele reforçou ainda que a população deve ser um agente ativo na fiscalização do próprio consumo. “É preciso ter cuidado com o que se consome. Verificar o lacre, o rótulo e a procedência da bebida”, pontuou.
Bebidas adulteradas
O superintendente da Polícia Técnico-Científica de Goiás, Ricardo Matos, afirmou ao Jornal Opção que todos os resultados dos exames toxicológicos foram negativos para metanol. “Priorizamos os exames da vítima fatal e das pacientes internadas, e afastamos a hipótese de intoxicação. Concomitantemente, analisamos as bebidas e não detectamos qualquer irregularidade relacionada ao metanol”, explicou.
No entanto, o perito ressaltou que foram identificadas outras formas de adulteração nas bebidas e nos estabelecimentos fiscalizados.
Segundo o presidente do Procon Goiás, Marco Palmerston, a segunda semana de operações apresentou redução na quantidade de bebidas falsificadas apreendidas, o que indica o impacto positivo da ação. “Na primeira semana, 79% das empresas fiscalizadas foram autuadas. Na segunda, esse percentual caiu para 47%”, informou.
“Entendemos que os bares e distribuidoras compreenderam o recado: comprar bebida sem origem comprovada representa um risco grave ao consumidor e pode levar à morte”, completou Palmerston.
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