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Deputado garantiu que não cometeu crimes e que processo que de cassação é o preço que paga por ter aceitado o processo de impeachment de Dilma

Eduardo Cunha discursa em sessão que decide seu futuro | Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Eduardo Cunha discursa em sessão que decide seu futuro | Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) fez duro discurso na sessão da Câmara Federal que decide seu futuro político, na noite desta segunda-feira (12/9).

Logo no início, o ex-presidente da Casa afirmou que iria fazer pronunciamento mais político que técnico e ressaltou que a maioria dos deputados não conhece o processo de mais de 7 mil páginas a fundo e já foi ao plenário com uma decisão “pré-tomada”. De acordo com ele “marcar a votação às vésperas do período eleitoral é querer transformar o processo num circo”.

O deputado reforçou inúmeras vezes que seu processo é uma resposta à decisão de aceitar o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ele recapitulou a posição do PMDB durante o governo do PT, de primeiro ser oposição e disse que, por isso, seu partido “não podia participar do esquema sujo do PT”.

Cunha disse ainda que a Câmara votou muitas matérias durante sua presidência e destacou a presença de deputados nas sessões. Ele defendeu também que não houve a votação de nenhuma pauta-bomba na casa, que seria uma falácia inventada pelo governo do PT.

Em sua defesa, ele afirmou ainda que nunca mentiu sobre contas no exterior. Seu dinheiro estava em uma trust, alegou, e sua mulher realmente possuía conta no exterior, mas ele não era obrigado a declará-la. “Ninguém pode ser condenado por quebra de decoro de família”, afirmou.

Ele repetiu que o processo que pede sua cassação foi causado por uma situação política. “O processo de impeachment, que afastou esse governo corrupto do PT, está gerando tudo isso. E o PT quer troféu para dizer que [o impeachment] é golpe”, declarou.

“Eu peço a vocês que tenham a isenção de ver sobre o que estou sendo acusado e pelo quê estou sendo julgado. Nenhum dos senhores conhece a peça do processo. Vocês vão fazer uma injustiça, fortalecendo discurso do golpe e encerrando a minha carreira política. Peço que não me julguem pela opinião pública, pelo ouvi dizer. Me derrotem nas urnas”, clamou.