Não há tempo para implantação de votos impressos até 2022, diz TSE

23 maio 2021 às 09h59

COMPARTILHAR
Licitações burocráticas são necessárias para implementar de meio milhão de novas urnas, desenvolver softwares para as máquinas, armazená-las, transportá-las e treinar pessoal técnico

Em resposta a questionamentos da Folha de S.Paulo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sinalizou que a eleição de 2022 não terá voto impresso mesmo se o Congresso aprovar a medida. O tribunal afirmou que a adoção do voto impresso depende de licitações que não têm tempo hábil para acontecer.
“A licitação é pautada por rígidos trâmites administrativos e burocráticos, sem prazo de duração, tendo em vista o tempo necessário para as especificações técnicas e a margem de imprevisibilidade decorrente dos procedimentos de qualificação e dos eventuais recursos administrativos e judiciais”, afirmou o Tribunal em nota. O órgão completou: “o sistema de urnas eletrônicas é confiável e auditável em todos seus passos.”
A demanda brasileira é de mais de 500 mil urnas. Para implementar a medida, é necessário ainda testes, desenvolvimento do software para as máquinas, armazenamento e custódia, transporte e treinamento. “A implantação do voto impresso envolve um procedimento demorado, embora não seja possível, neste momento, estimar sua duração”, lê-se em nota do TSE.
Contexto político
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus aliados já afirmaram em diversas ocasiões que eleições sem votos impressos não serão respeitadas. “Se o Brasil não tiver voto impresso em 2022, vamos ter um problema pior que os EUA”, afirmou o presidente em live de janeiro, na ocasião da invasão do capitólio americano.