“Não existe fórmula mágica”, diz estudante de 17 anos aprovado em 1º lugar em Direito na UFG
11 dezembro 2025 às 18h34

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O estudante Enzo de Israel Borges Remy, de 17 anos, conquistou o primeiro lugar no vestibular da Universidade Federal de Goiás (UFG) para o curso de Direito, uma das graduações mais concorridas da instituição após o retorno do vestibular tradicional. Enzo é filho do conceituado advogado Danúbio Remy.
Em entrevista ao Jornal Opção, o jovem contou sobre o período de preparação, as dúvidas ao escolher a carreira e o papel fundamental da família em sua trajetória. “Eu não tinha um curso certo no primeiro e segundo ano do ensino médio”, relembra.
“No terceiro ano, quando chegou a hora de decidir, fiquei entre algumas opções, conversei com a família, orei, e optei pelo Direito pelas possibilidades de carreira e concurso.” Filho do advogado Danúbio Cardoso Remy, reconhecido no meio jurídico goiano, Enzo admite que a presença da profissão dentro de casa pesou na decisão.
“Meu pai é uma inspiração para mim. Minha madrinha também. Sempre vi ele trabalhar, então isso me influenciou bastante”, afirma. Mesmo assim, o jovem revela que passou por fases de indecisão.
“Pensei em licenciatura, até em Medicina por influência da escola, mas depois percebi que não era para mim. Dentro das opções, o Direito era o que mais se destacava.” Enzo conta que o ritmo de preparação foi intenso, mas moldado conforme suas necessidades, longe do padrão rígido seguido por muitos candidatos.
“Eu sempre fui focado no Enem, mas quando anunciaram o vestibular da UFG eu continuei com a rotina: prestava atenção nas aulas de manhã e fazia exercícios e revisão à tarde”, explica. Somando o tempo escolar e o estudo pessoal, ele atingia cerca de nove horas por dia.
Apesar disso, diz que não seguia metas fixas de horas. “Eu estudava conforme conseguia. Entendi que precisava ter descanso e minhas atividades. Me dedicava mais às áreas em que eu tinha dificuldade.”
A preparação exigiu sacrifícios. “Tive que me abdicar de esportes, parei o inglês, parei o violão. Mas continuava indo às reuniões de família, só que sempre levava algo para estudar”, conta. A redação era uma das áreas que mais exigiam tempo.
“Eu demorava muito, achava que não estava bom, refazia. Até em restaurante eu ficava lendo e corrigindo no celular.” O resultado surpreendeu até o próprio estudante.
“Não imaginei passar em primeiro lugar”, admite. “Era tudo muito novo. O vestibular foi diferente do que todo mundo esperava. Quando saiu o resultado, foi um choque para mim, para meus colegas e até para os professores.”
Um colega de escola, Otávio, passou em segundo lugar. “Foi só nós dois do colégio”, comenta. Para os estudantes que enfrentam dificuldades para se organizar, Enzo diz que o principal é encontrar o próprio método.
“Não existe fórmula mágica. Cada um deve encontrar a forma de estudo que se adapta melhor”, afirma. “Meus professores indicavam um método padrão, mas não funcionou para mim. Meu rendimento caía. Então adaptei para o que eu podia fazer.”
E completa: “Não acreditar em modelo pronto de redação, focar nos objetivos e escolher o curso com base no que você realmente domina. E ouvir a família e os amigos ajuda muito.”
A visão da avó
A avó de Enzo, Magali Carnot, acompanhou de perto a rotina do estudante. Ela diz que o ritmo intenso impressionava. “Às vezes eu cobrava: ‘vem cá me ver, você está sumido’. E ele respondia: ‘tenho aula demais, tenho redação, tenho que estudar’. Era o tempo todo”, relembra.
Magali afirma que, embora soubesse do potencial do neto, o resultado superou as expectativas. “A gente sabia que ele ia passar, mas em primeiro lugar foi surpresa. Foi uma felicidade enorme. Ele sempre foi dedicado, disciplinado e muito comprometido.”
Com um dos cursos mais concorridos da UFG, a família celebra o feito como um marco. “Foi muito merecido. A dedicação dele foi impressionante”, conclui a avó.
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