“Não estamos aqui para falar amém pra ninguém”, diz deputado após sessão com Caiado
23 janeiro 2019 às 09h34

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Peessedebista, Hélio de Sousa considerou desrespeitosa a forma com que o governador respondeu aos questionamentos da oposição

O deputado estadual Hélio de Sousa (PSDB), que se disse aberto às pautas do Executivo, avalia que a postura escolhida por Ronaldo Caiado (DEM) diante dos questionamentos da oposição em autoconvocação na Assembleia Legislativa na terça-feira, 22, foi descortês.
“Aqui é outro poder, não estamos aqui para falar amém para ninguém, estamos para defender o povo goiano e acho que ele tem que reconsiderar esse comportamento”, disse. A sessão na Casa foi marcada por embates entre o governador e o deputado Talles Barreto (PSDB), que vem se colocando como uma das principais vozes da oposição.
O clima ficou exaltado, porque Barreto questionou o decreto de calamidade financeira assinado por Caiado na segunda-feira, 21, e a criação de mais secretarias de Governo. O democrata respondeu com cutucadas no peessedebista, chegando a falar que “eu sei que desmamar não é fácil”.
Hélio de Sousa considerou isso deselegante e reiterou a importância do respeito mútuo, independentemente do interlocutor ser situação ou oposição. “A Alego sempre vai ter um respeito pelo administrador, seja quem for que esteja no poder e as divergências têm que existir, mas sem animosidades desnecessárias”, disse.
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Sobre as pautas que o Executivo levou à Casa para serem discutidas em extraordinária, Sousa disse ter um posicionamento crítico. “A reforma administrativa é um direito que ele tem de fazer e estamos estudando para ver a viabilidade, mas a calamidade financeira tem que ser vista com mais cuidado”, afirmou.
“Eu imagino que o colapso financeiro do Estado não seja tão ruim quanto ele tem colocado, afinal o pagamento dos servidores de janeiro será antecipado, então a situação não está tão crítica. O que eu vejo é uma tentativa de responsabilizar o governo anterior pelo atraso de dezembro e o servidor já percebeu isso”, completou.
Ele ainda ressaltou que o déficit apresentado pelo governador não difere do deixado entre 2018 e 2019. “Então esse não é um problema de governo, é um problema de Estado, e tem que ser resolvido nesse âmbito, Caiado mesmo disse que se não forem tomadas medidas, o que ocorreu em 2018 se repetirá em 2019, então queremos isso, mas calamidade é demais”, opinou.
Sobre esse decreto, o peessedebista considerou um exagero desnecessário. “Queremos garantir governabilidade, mas temos a obrigação de mostrar que não existe terra arrasada”, pontuou. Hélio também disse que a receptividade do Legislativo sobre as pautas do Executivo tem sido boa até então e manter a cordialidade dessa relação é essencial para garantir sua permanência até o fim do mandato.