O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), tem se mobilizado para que o Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) adie o processo licitatório envolvendo o aterro sanitário de Goiânia. Anteriormente, o Jornal Opção publicou uma série de reportagens denunciando indícios de superfaturamento de pelo menos 40% dos resíduos que chegam ao local.

“Estamos pedindo ao Tribunal de Contas que adie a conclusão da licitação, porque temos que estudar melhor esse assunto”, declarou Mabel, argumentando que a decisão deve ser melhor avaliada e tomada pela próxima gestão. Para ele, o momento atual não é adequado para decisões desse porte.

“Não é possível fazer uma licitação dessas quando estamos chegando ao final do mandato. O próximo prefeito, que vai assumir agora, vai precisar tomar uma decisão, e talvez essa decisão possa ser melhor”, acrescentou. “Já estivemos no Ministério Público falando sobre esse assunto também. Nossa expectativa é que essa decisão possa ser adiada”, concluiu Mabel.

No último dia 29 de outubro, a Prefeitura de Goiânia, anunciou uma licitação promovida pela Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) que, segundo críticos, pode aprofundar a crise financeira da capital.

A gestão do prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) planeja realizar um pregão para terceirização do aterro sanitário. Críticos temem que essa decisão deixe um verdadeiro “cavalo de Troia” para a futura gestão.

Atualmente, a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), que gerenciava o aterro sanitário até outubro deste ano, pagava aproximadamente R$ 18,33 por tonelada de resíduos. No entanto, a empresa vencedora do certame poderá cobrar valores entre R$ 117 e R$ 150 por tonelada, um aumento superior a 600%.

Diante desse cenário, o vereador Kleybe Morais, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Goiânia, protocolou uma representação no TCM, denunciando possíveis indícios de superfaturamento no processo.

A denúncia aponta uma discrepância significativa entre os valores praticados atualmente e os que podem ser contratados, além de indícios de atuação de lobistas para acelerar o pregão.

Morais também solicitou a suspensão imediata da licitação, argumentando que o edital e o contrato emergencial apresentam problemas, como custos elevados e restrições à competitividade, que podem prejudicar o interesse público. Ao Jornal Opção, ele afirmou: “Diante dos fatos e denúncias recebidas, não há outra alternativa senão pedir ao TCM o cancelamento da licitação.”

O leilão do aterro sanitário de Goiânia está agendado para a próxima sexta-feira, 22, às 14h. Kleybe Morais classificou a denúncia como uma das mais graves desta legislatura. De acordo com o presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA), a licitação prevê um aumento expressivo nos custos relacionados ao descarte de lixo no aterro sanitário.

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