Pré-candidata à prefeitura, Nayara Barcelos diz que Rio Verde “pode mais”

31 julho 2015 às 15h48

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Líder do PSB fala sobre aliança, eleições e os adversários – entre eles, o ex-marido, o deputado federal Heuler Cruvinel (PSD)

Alexandre Parrode e Sarah Teófilo
Um burburinho tomou conta de Rio Verde com o anúncio da formação de um novo grupo político liderado por Nayara Barcelos (PSB), e agora ainda mais com o anúncio de que é pré-candidata à prefeitura. Ex-mulher do deputado federal Heuler Cruvinel (PSD), a jovem dispensa a referência. “Proibia o pessoal que trabalhou comigo na campanha em falar no Heuler, para não ter perigo de acharem que estou com a motivação errada”, afirmou.
Nayara concedeu entrevista ao Jornal Opção Online na última quarta-feira (29/7), e afirmou que o grupo, que se intitula de “Nova Via”, é formado por cinco partidos: Pros, PPS, PSB, PSDC e o PDT. As reuniões têm acontecido há algum tempo. Nesta semana, Nayara se reuniu com algumas lideranças em uma fazenda em Rio Verde.
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A jovem, cujo sonho é ser pastora de uma igreja protestante, disse não ter nenhum acordo fechado, mas que tem sido procurada por vários empresários. “Estamos surpresos porque a visão que tínhamos é que a eleição seria polarizada entre dois nomes fortes”, pontuou, se referindo ao grupo do atual prefeito, Juraci Martins (PSD) e a oposição, liderada por Paulo do Vale, do PMDB.
No ano passado, Nayara se candidatou pela primeira vez a um cargo público — e foi logo pleitear a Câmara Federal, quando recebeu 13 mil votos, sendo 6,3 mil em Rio Verde. O grupo considera o resultado como uma vitória, já que, de acordo com a integrante do PSB, a estrutura era mínima.
De olho em 2016, ela afirma que não pensava na campanha à prefeitura. “Não montei candidatura para deputada pensando em ser prefeita”, sustentou, mas admitiu: a campanha passada se tornou em um projeto para as próximas eleições.
O cenário não é dos melhores para o novo grupo, afinal, nomes de destaque na cidade, como o do próprio Heuler, o do deputado estadual Lissauer Vieira (PSD), Paulo do Vale e Karlos Cabral (PT) são nomes que já se articulam para a disputa.
Mas o quadro não intimida a pré-candidata. De acordo com ela, há um “movimento de mudança na cidade” e seus votos seriam a prova disso. “As pessoas viram verdade em mim. Cada voto que conquistei foram pessoas que acreditaram no trabalho do grupo”, assegura.
No que diz respeito a alianças, o projeto está bem definido e a intenção é disputar a eleição da maneira como está. “Se juntar-se a outros políticos, o nome Nova Via não fará mais sentido”. Questionada sobre as ambições e bandeiras do grupo, Nayara afirma que “não tem que carregar uma bandeira. “Minha bandeira é Rio Verde.”
De acordo com Nayara, a administração de Juraci é boa: o prefeito é íntegro e querido pelos cidadãos. No entanto, ela acredita que Rio Verde “pode mais”. “Faltam investimento em todas as áreas. Vou focar 100% na Educação, pois é a base de tudo. A base da segurança pública, da política, de tudo”, completa.
“Oposição doce”

Com a experiência da última eleição, Nayara Barcelos disse que ficou conhecida como “oposição doce“. “Ano passado, quando eu comecei a sair na rua, o pessoal me deu parabéns e disse que eu não acusava ninguém, que eu era uma ‘oposição doce’.” Isso porque, de acordo com ela, ataques não são de seu feitio.
E, de fato, durante a entrevista ela teceu elogios ao prefeito Juraci Martins e ao deputado Lissauer Vieira — com quem chegou a conversar e até lamenta não conseguir uma aliança. Sobre o ex-marido, a pessebista afirma que discorda completamente da forma de Heuler fazer política, mas respeita seu trabalho.
Quando foi feito o anúncio de que seria candidata a deputada federal, no ano passado, conversas começaram a circular de que era apenas para tentar atrapalhar o ex-marido. Sobre isso, Nayara ri. “Até explicar que foi por questão partidária, o povo já pensava mil coisas.”
À reportagem, a jovem explicou que na época o pastor Benedito Arrais (PSB) já havia falado que seria deputado estadual por Rio Verde, pela legenda. Um acordo foi feito com o presidente Vanderlan Cardoso e a igreja que frequentam o apoiaria. “Eu não tinha mais espaço”, e completou: “Mas deu tudo certo. Eu respeito ele [Heuler]. Cada um com seu espaço. Ele com política para lá, e eu pra cá. “