Na CPMI da JBS, Joesley Batista segue orientação da defesa e fica calado
28 novembro 2017 às 17h33
COMPARTILHAR
Presidente da CPMI disse que vai pedir a revogação da delação premiada do empresário com base na Lei das Delações Premiadas que obriga o delator a abrir mão do silêncio
Em uma reunião conjunta de duas comissões parlamentares de inquérito, deputados e senadores que apuram assuntos relacionados ao frigorífico JBS fizeram perguntas ao empresário Joesley Batista durante cerca de quatro horas. Mas um dos controladores do grupo J&F, optou por permanecer calado e não responder às perguntas.
O empresário seguiu orientação da defesa e usou o direito constitucional de se manter em silêncio. “Joesley vai continuar colaborando com a Justiça, mas a orientação é a mesma feita ao Wesley [irmão de Joesley, também controlador do grupo J&F]”, explicou o advogado Ticiano Figueiredo.
Diante da ausência de respostas, o presidente da CPMI da JBS, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), anunciou que vai pedir à Justiça a revogação da delação premiada do empresário – assim como procedeu em relação a Wesley Batista e ao ex-executivo da empresa Ricardo Saud, que também se recusaram a falar aos parlamentares.
O senador alegou que a Lei das Delações Premiadas (Lei 12.850/13) obriga o delator a abrir mão do silêncio.
Joesley e o irmão Wesley Batista estão presos, suspeitos de usar informações privilegiadas para obter lucro com compra de dólares e venda de ações da JBS antes da divulgação do acordo de colaboração que fizeram com o Ministério Público.
Os irmãos Batista também são investigados na CPMI da JBS por supostas irregularidades na formalização dos acordos de colaboração firmados com o Ministério Público e homologados pelo Supremo Tribunal Federal. Eles e Saud perderam os benefícios legais da delação, entre os quais a imunidade penal, depois de acusados de omitir informações ao Ministério Público.