Presidente da CPMI disse que vai pedir a revogação da delação premiada do empresário com base na  Lei das Delações Premiadas que obriga o delator a abrir mão do silêncio

Foto: Cleia Viana

Em uma reunião conjunta de duas comissões parlamentares de inquérito, deputados e senadores que apuram assuntos relacionados ao frigorífico JBS fizeram perguntas ao empresário Joesley Batista durante cerca de quatro horas. Mas um dos controladores do grupo J&F, optou por permanecer calado e não responder às perguntas.

O empresário seguiu orientação da defesa e usou o direito constitucional de se manter em silêncio. “Joesley vai continuar colaborando com a Justiça, mas a orientação é a mesma feita ao Wesley [irmão de Joesley, também controlador do grupo J&F]”, explicou o advogado Ticiano Figueiredo.

Diante da ausência de respostas, o presidente da CPMI da JBS, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), anunciou que vai pedir à Justiça a revogação da delação premiada do empresário – assim como procedeu em relação a Wesley Batista e ao ex-executivo da empresa Ricardo Saud, que também se recusaram a falar aos parlamentares.

O senador alegou que a Lei das Delações Premiadas (Lei 12.850/13) obriga o delator a abrir mão do silêncio.

Joesley e o irmão Wesley Batista estão presos, suspeitos de usar informações privilegiadas para obter lucro com compra de dólares e venda de ações da JBS antes da divulgação do acordo de colaboração que fizeram com o Ministério Público.

Os irmãos Batista também são investigados na CPMI da JBS por supostas irregularidades na formalização dos acordos de colaboração firmados com o Ministério Público e homologados pelo Supremo Tribunal Federal. Eles e Saud perderam os benefícios legais da delação, entre os quais a imunidade penal, depois de acusados de omitir informações ao Ministério Público.