Na avaliação de petistas goianos, insatisfação dos brasileiros com o Brasil não desgasta imagem de Dilma ou do PT

Levantamento de um centro de pesquisa estadunidense apontou que descontentamento da população foi de 55% no ano passado para 72% em 2014

Uma pesquisa divulgada nesta semana revelou, às vésperas da realização da Copa do Mundo, um cenário desfavorável quanto à gestão da presidente Dilma Rousseff (PT). Um total de 52% dos entrevistados, conforme os dados do Centro de Pesquisa Pew, defendeu que a petista exerce uma “má influência” no país. Além disso, o instituto norte-americano também aponta para um nível de insatisfação por parte dos brasileiros de 72%, 17 pontos percentuais a mais do que registrado em junho do ano passado, pouco antes da onda de protestos que varreu o país.

Os dados revelam que a economia nacional é a maior preocupação dos brasileiros. Para 85% dos entrevistados, o aumento nos preços está entre os maiores problemas do país, e apenas 32% acreditam que as “coisas vão bem”. Violência, saúde e corrupção também integram a lista.

Apesar do quadro negativo, petistas goianos, em entrevista ao Jornal Opção Online, avaliaram que a imagem do Partido dos Trabalhadores permanece intacta após o resultado do levantamento. Com as eleições batendo à porta, o presidente regional da legenda, Ceser Donisete, acredita que as pesquisas divulgadas em período eleitoral são sempre adotadas como recurso político por parte dos adversários. “A inflação, por exemplo, está em 6%, mas a média no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) era de 12%. Essas pesquisas viram peças publicitárias. A questão do desemprego, por exemplo, na minha avaliação, tem um peso muito maior na economia. E este índice está em torno de apenas 5%”, alegou.

Quanto à possibilidade da insatisfação apontada ocasionar em um desgaste do governo petista, podendo esbarrar inclusive na pré-candidatura de Antônio Gomide à gestão estadual, o dirigente afirmou que o quadro eleitoral é bastante instável e rechaça o cenário descrito. “Não interfere em nada. A eleição não é hoje. O quadro aqui em Goiás vai mudando com o tempo. O eleitor vota diante do momento.”

O deputado estadual Rubens Otoni compartilha do mesmo posicionamento. “A minha avaliação é que existe uma visão crítica da sociedade política como um todo, e isso acaba atingindo todos os agentes políticos”, defendeu. Irmão de Gomide, ele também entende que a candidatura do ex-prefeito de Anapólis não será atrelada à insatisfação compartilhada por grande parte dos brasileiros.

Mesmo com o cenário negativo, 51% dos entrevistados disseram ter uma visão favorável de Dilma, resultado bem diferente dos apresentados por seus rivais mais prováveis na eleição deste ano. Apenas 27% possui uma visão favorável de Aécio Neves (PSDB), e 24% de Eduardo Campos (PSB).  “A demonstração disso é que o cidadão sabe que está ruim. A pesquisa é importante e as decisões cruciais estão sendo tomadas. O brasileiro quer mudança, mas com a Dilma”, avalia Ceser Donisete.

A pesquisa do Pew se baseou em 1.003 entrevistas feitas com adultos de 18 anos ou mais entre 10 e 30 de abril em todo o país e tem margem de erro de 3,8 pontos percentuais para mais ou para menos.