De fora do País para dentro de casa: a dupla de designers gráficos goianos sucesso no exterior é responsável pelo mural no Niemeyer promovido pelo festival de música

painel panoramica
Uma das laterais do prédio da biblioteca do CCON, grafitado especialmente para o Bananada | Fotos: Marcello Dantas

Eles tiveram que fazer sucesso com murais impressionantes fora do País para realizarem, pela primeira vez, o trabalho dentro de casa. Douglas Pereira e Renato Reno, do Bicicleta Sem Freio (BSF), são os chefes da obra realizada em uma das paredes do prédio da biblioteca do Centro Cultural Oscar Niemeyer desde sexta-feira (8), e que deve ficar pronta para o final de semana de shows do Bananada. O trabalho é árduo: “Ficamos aqui das 8h às 22h”, assegurou Douglas.

"A intenção é mostrar que... Dá para fazer", disse Douglas, ao admirar o próprio trabalho -- primeiro mural feito pelo Bicicleta Sem Freio em Goiânia | Foto: Marcello Dantas
“A intenção é mostrar que… Dá para fazer”, disse Douglas, ao admirar o próprio trabalho — primeiro mural feito pelo Bicicleta Sem Freio em Goiânia | Foto: Marcello Dantas

O foco da dupla de artistas saiu do estúdio para as ruas, há cerca de dois anos, quando começaram a pintar telas e murais. Las Vegas, Miami, Los Angeles, Lisboa e Berlim são alguns dos países por onde passaram. Só neste ano os designers gráficos, que saíram dos limites do papel, já tiveram uma exposição em Londres com algumas de suas obras. “Acho que só porque fizemos esses murais fora ganhamos credibilidade para fazer um desse tamanho aqui. Estamos bastante felizes com esse trabalho”, observa.

Mesmo com 11 anos no BSF, o “Street Art” ainda é algo novo para a dupla, que antes fazia ilustração apenas para bandas, festivais e agências de publicidade. Para o mural do Bananada, eles contam com alguns amigos, como Mateus Dutra e Morbeck, referência deste tipo de arte na capital. “Nunca havíamos feito em nossa cidade, porque não somos do contexto do ‘Street Art'”, disse Douglas.

[relacionadas artigos=”35244″]

O artista explicou que a arte produzida para o Bananada não significa nada em específico. “Isso daí meio que faz parte do repertório imagético que a gente tem coletado há muito tempo.” A intenção é fazer com que as pessoas olhem e reconheçam o trabalho realizado — e que vejam: “Dá para fazer”, como afirmou Douglas, ao admitir sua maior dificuldade: o medo de altura.

A ação artística é parte do “Blackbook”, programação especial de artes visuais do evento deste ano. O painel no Oscar deve ficar pronto na próxima quarta-feira (13), e outro, no Centro Cultural UFG, deve ser inaugurado na sexta-feira (15).