Mulheres com idade acima de 42 possuem menos de 5% de chance de dar à luz, diz estudo
11 janeiro 2020 às 16h00

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Conforme avanço da idade, mulheres com pretensões de engravidar devem ficar atentas

Um estudo publicado em 2019 pela Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida (Redlara) aponta um fato significativo no que concerne à maternidade. Conforme a instituição, mulheres acima de 42 anos que tentam engravidar com óvulos próprios têm menos de 5% de chances de dar à luz.
De acordo com os dados da Redlara, uma instituição científica e educacional que agrupa mais de 90% dos centros que realizam técnicas de reprodução assistida na América Latina, que foram coletados em clínicas de reprodução assistida na América Latina, 53,6% das mulheres acima de 42 anos precisam de óvulos doados. O estudo revela que quanto mais cedo o tratamento é realizado, mais alta é a chance da mulher engravidar. Isso porque, com o passar dos anos, a quantidade e a qualidade dos óvulos diminuem.
A presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Hitomi Nakagawa, esclarece que, devido a esse fator, pacientes têm recorrido à recepção de óvulos de doadoras anônimas com idade até 35 anos. “Por estar usando o óvulo de uma mulher mais jovem, não importa sua idade, ela vai ter as mesmas chances de engravidar que a doadora”, conta.
Para mulheres acima de 35 anos, o recomendado é avaliação com 6 meses de tentativas infrutíferas. Após esse período, conforme recomenda a SBRA, o indicado é que o casal procure um médico especialista para realizar exames e fazer uma investigação detalhada do problema a fim identificar as causas e o tratamento mais adequado.
Evolução das técnicas de reprodução assistida propiciam maior eficiência no procedimento
Conforme o levantamento da Redlara, o número de embriões utilizados nos tratamentos de reprodução assistida caiu ao longo dos anos. Uma vez que o usual era a transferência de mais de quatro embriões, aumentando o risco de gravidez múltipla, com a evolução das técnicas de reprodução assistida, as clínicas começaram a utilizar até dois embriões, mantendo a eficiência nos resultados.
Para Nakagawa, hoje, além dos cuidados com o embrião em laboratório terem evoluído, “a possibilidade de guardar embriões excedentes, de uma mesma coleta ovular, tem mitigado os desconfortáveis e longos ciclos de injeções diárias, ou seja, aumentou-se as chances de gestação por ciclo de estimulação ovariana”, explica.
A redução da quantidade de embriões transferidos nos procedimentos refletiu diretamente na ocorrência de partos duplos e triplos. Para se ter uma noção, em 2000, a proporção de partos triplos era de 7%. Já em 2016, o percentual foi de apenas 0,6%.
Os dados também revelam que mulheres entre 35 e 39 anos têm a mesma chance de engravidar, independentemente do número de embriões transferidos. Isso significa que o avanço dos tratamentos possibilita mais segurança e mais eficiência aos procedimentos realizados dentre mulheres com infertilidade.