Colaboração de Tathyane Melo

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou uma portaria com consulta pública que estabelece novas regras e procedimentos para a proteção e o bem-estar dos animais de produção durante o transporte acompanhado da chamada Guia de Transporte Animal (GTA). A medida é alvo de crítica do presidente Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), Gilberto Marques Neto, que considera que as novas exigências são complicadas e implicam em diversos gastos para o agronegócio.

“Os grandes privilegiados mais uma vez serão os grandes frigoríficos que vão usar esse argumento para derrubar ainda mais o preço da arroba paga aos produtores”, comenta. De acordo com Neto, as frigoríficas lucram com o preço baixo do arroba no país enviando a produção para os Estados Unidos. “Quem paga a conta acaba sempre sendo o produtor e a população, que tem que pagar altos custos para se alimentarem”, afirmou Gilberto Marques ao Jornal Opção.

Marques também questiona a aplicabilidade das mudanças. “Em uma das cláusulas ele fala que todos os frete lá terão de ter um responsável de bem estar animal. Como seria isso? Mais uma pessoa viajando dentro do caminhão ou seria o próprio motoristas ? Cada motorista teria um treinamento específico?”, indaga.

Regras gerais

As novas regras vedam o transporte de animais de forma que lhe cause sofrimento indevido e determina que os veículos de transporte devem estar em boas condições, limpos, desinfetados e adequados à espécie.

As mudanças envolvem desde o planejamento do transporte, seja por rodovias, aéreo ou marítimo. “A duração da viagem é contada a partir do carregamento dos animais no local de partida com maior tempo de condução até o porto de carregamento, sendo suspensa a contagem enquanto os animais estão na embarcação”, diz o documento.

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