Mudança de comando no Sebrae vem após longo período de desgaste da atual diretoria
06 abril 2021 às 20h02
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Expectativa no governo e do setor produtivo era de que o Sebrae fosse o braço forte da retomada econômica, o que não se concretizou
A mudança no comando do Sebrae Goiás, que deve ser confirmada em reunião extraordinária do Conselho Deliberativo da instituição marcada para esta quarta-feira, 7, é resultado de um longo período de desgaste da atual diretoria junto ao governo estadual e ao setor produtivo.
A razão mais estridente para a destituição de Derly Cunha Fialho (diretor-superintendente), Igor Montenegro (diretor de Administração e Finanças) e Wanderson Portugal (diretor-técnico) é o mau desempenho do Sebrae Goiás na execução de metas e no desempenho na comparação com os demais Estados e o Distrito Federal.
Nos bastidores, a forma como a instituição conduziu a gestão e a interlocução com o setor produtivo durante a pandemia é tida como a principal razão da mudança no comando do Sebrae. Entre as queixas estão a ausência de Derly Fialho e Wanderson Portugal das atividades presenciais desde que a Covid-19 desembarcou no Brasil. Fialho exerceu a função de diretor-superintendente do seu Estado natal, o Rio Grande do Sul. Portugal, por sua vez, se enclausurou em sua fazenda no interior goiano.
Agora, afirmam colegas de instituição e fontes do setor produtivo, o distanciamento laboral de Fialho e Portugal se reflete nas metas. Dos seis indicadores de aferição de desempenho de 2020, o Sebrae Goiás ficou abaixo da meta em quatro e, entre as ações concluídas, amargou o 20.º e o 12.º lugares – sempre na parte debaixo da tabela.
A expectativa no governo e no setor produtivo era inversa: que o Sebrae fosse o braço forte da retomada econômica, se destacando em especial durante a pandemia.
Além disso, desgastes internos também são considerados fatores-chave para a destituição do triunvirato. Entre eles estão a demissão de servidores antigos com grande respeitabilidade no Sebrae Goiás e mudanças no Regimento Interno que teriam criado privilégios na ocupação de funções, entre elas a de Governança e a de Chefia de Gabinete do próprio Conselho Deliberativo.