Dois policiais do Simve e um efetivo são denunciados por crime de tortura contra deficiente em Luziânia
25 setembro 2014 às 12h06
COMPARTILHAR
Vítima foi ameaçada de morte pelos agente públicos. Além de sofrer choques elétricos e golpes de mangueira com a intenção confessar supostos crimes
*Atualizado às 14h08. A assessoria do Ministério Público comunicou que a informação divulgada anteriormente de que seriam três policiais do Simve estava incorreta. Na verdade, apenas dois policiais do serviço voluntário e um PM efetivo foram denunciados
O Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou três policiais do Serviço de Interesse Militar Voluntários (Simve) pelo crime de tortura praticado contra pessoa com deficiência em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. De acordo com os promotores responsáveis pela denúncia, Jean Zamperlini e Julimar Alexandro, os agentes públicos constrangeram a vítima, mediante sequestro, com emprego de violência e grave ameaça.
Segundo a denúncia, o crime ocorreu no dia 23 de julho deste ano. A vítimaestava na porta de casa quando foi abordada e sequestrada pelos soldados Bruno Leonardo e Fabrício Santos Barros. O jovem foi colocado na viatura da PM enquanto era aguardado pelo cabo Márcio Ferreira Figueiredo.
Em seguida, os familiares da vítima que presenciaram a cena iniciaram buscas nos Centros Integrados de Operações de Segurança (Ciops) da cidade, acreditando que ele teria sido conduzido à autoridade policial. No entanto, os agentes algemaram o rapaz e o levaram para um setor de chácaras.
Segundo o MPGO, a partir de então começou a “sessão de tortura”. Por uma hora, foram desferidos golpes com o uso de uma mangueira, choques elétricos e pedaço de madeira, além de ameaças psicológicas e de morte. Durante todo o tempo, os denunciados o interpelaram sobre seu possível envolvimento com drogas, armas e desmanches de veículos. A intenção dos agentes era obter confissão de supostos crimes.
A ação dos policiais prevê pena de dois a oito anos de reclusão, com aumento de um sexto até um terço da pena, em razão dos agravantes existentes.