Promotor de justiça aponta falta de procedimentos investigatórios consistentes que auxiliem na elucidação dos casos. PC ainda não foi notificada, mas refuta ineficiência da corporação

Possível omissão do Estado no que se refere à eficiência das investigações criminais de combate ao tráfico de drogas está sob apuração do Ministério Público de Goiás (MPGO), que instaurou inquérito civil público por meio do promotor de justiça Marcelo Celestino. Dirigentes da Polícia Civil e da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) foram notificados para que prestem esclarecimentos ao órgão ministerial no próximo dia 27, sexta-feira da semana que vem.

Segundo o promotor, falta controle por parte da Polícia Civil das investigações em andamento nas delegacias, sobretudo quanto ao tráfico de drogas. Marcelo Celestino afirma que não há procedimentação dessas apurações.

O promotor avalia que a situação tem feito com que as autoridades policiais não realizem a devida troca de informações, bem como a formalização dos inquéritos, por conta da fragilidade de provas. Um dos exemplos citados por Marcelo Celestino é o de inquéritos policiais diferentes em que foram colhidos poucos depoimentos de testemunhas, com testemunhos idênticos, em uma indicação em que foi copiado na integralidade o conteúdo de ambos.

Ao Jornal Opção Online, o chefe de comunicação da Polícia Civil, delegado Norton Luiz Ferreira, afirmou que a direção da instituição não tomou conhecimento oficial da apuração do MPGO e que aguardará a notificação para prestar maiores informações. O delegado pontua que a PC está tranquila quanto à eficiência do trabalho prestado, principalmente no que tange à Denarc, “uma das delegacias mais atuantes e produtivas, tanto que as apreensão são feitas em toneladas [de entorpecentes].”