MPF pede instauração de inquérito para apurar pagamentos da Odebrecht a Mabel
17 maio 2017 às 17h11

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De acordo com antigos executivos da construtora, foram feitas doações de campanha ao então candidato a deputado federal por Goiás

O Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO), por meio do seu Núcleo de Combate à Corrupção, requisitou ao Departamento da Polícia Federal em Goiás (DPF-GO), nesta quarta-feira (17/5), a instauração de inquérito policial para apurar supostos pagamentos ilícitos feitos em 2010 por ex-executivos da construtora Odebrecht ao então deputado federal Sandro Mabel (PMDB).
A investigação em Goiás é uma das várias ramificações da Operação Lava Jato e tem início após informações prestadas à Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos ex-executivos da construtora. Os depoimentos são frutos dos acordos de delação premiada assinados com o MPF.
Os ex-executivos João Antônio Pacífico Ferreira e Ricardo Roth Ferraz de Oliveira relataram pagamentos feitos, a pretexto de doação de campanha, ao então candidato a deputado federal por Goiás Sandro Mabel. O valor seria de R$ 100 mil.
Já Benedicto Barbosa da Silva Júnior, terceiro na hierarquia do grupo empresarial, relatou que a Odebrecht pagou outros R$ 140 mil ao ex-deputado naquele mesmo ano.
Para o procurador da República Helio Telho Corrêa Filho, responsável pelo caso, os fatos indicam a suposta prática do crime de corrupção. A PF tem o prazo de 10 dias para a instauração do inquérito, que tem por objetivo a obtenção de provas que corroborem as declarações dos colaboradores.
Como primeira medida, serão ouvidos os colaboradores, com a finalidade de esclarecer melhor os detalhes e as circunstâncias dos pagamentos, bem como o fornecimento de provas que possam comprovar as declarações.