MP reforça culpa dos quatro réus mesmo após madrasta alegar inocência do pai de Bernardo
15 março 2019 às 15h18

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Sentença deve sair nesta sexta-feira, 15. Além do pai e da madrasta outros dois são acusados por homicídio e ocultação de cadáver

Está previsto para terminar nesta sexta-feira, 15, o julgamento do caso Bernardo Boldrini, morto em 2014 no interior do Rio Grande do Sul. Foram três dias de julgamento em que defesa e acusação puderam fazer suas colocações. Apesar do pai da criança, o médico Leandro Boldrini, alegar inocência, a promotoria do Ministério Público sustenta que ele teve participação direta no crime. O MP pede ainda a condenação de outros três acusados.
Bernardo foi morto em 4 de abril de 2014, aos 11 anos. Na época foi considerado desaparecido na cidade de Três Passos e encontrado 10 dias depois, em uma cova à beira de um riacho, já em estado avançado de composição.
Mesmo após Graciele Ugulini, mulher de Leandro e madrasta de Bernardo assumir a culpa pelo assassinato e inocentar o pai da criança ao júri, a promotoria reafirmou que provas mostram o contrário.
Leandro afirmou que no dia em que o menino sumiu, a família teria almoçado juntos e o clima era tranquilo. Na versão do acusado a mulher teria relatado que levou Bernardo para uma outra cidade para um passeio, na casa em que ficaram o garoto entrou no quarto, pegou as roupas, disser que ia para a casa de um amigo e depois desapareceu. “Em nenhum momento desconfiei de Keli (apelido de Graciele)” declarou o pai.
Entretanto, de acordo com a denúncia do Ministério Público, Leandro seria o mentor intelectual do crime e incentivador da atuação de Graciele em todas as etapas. Leandro teria patrocinado despesas e também fornecido meios para acesso à droga Midazolan, utilizada para matar o menino.
Para o MP, Boldrini e Graciele não queriam partilhar a herança de Odilaine com Bernardo, que representava um estorvo para a nova família, formada pelo médico, a madrasta e a filha do casal, Maria.
Réus respondem aos crimes
O pai, Leandro Boldrini, por homicídio com quatro qualificadoras (motivo torpe, fútil, com emprego de veneno e mediante dissimulação) , falsidade ideológica e ocultação de cadáver;
A madrasta, Graciele Ugulini, por homicídio com quatro qualificadoras (motivo torpe, fútil, com emprego de veneno e mediante dissimulação) e ocultação de cadáver;
Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, com emprego de veneno e dissimulação) e ocultação de cadáver;
Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, por homicídio duplamente qualificado (emprego de veneno e dissimulação) e ocultação de cadáver.