Foram cumpridos três mandados de prisão e nove de busca e apreensão por peculato, fraude a licitações, falsidade ideológica, corrupção passiva e ativa

Operação Ardenas 44 em Divinópolis e Buritinópolis | Foto: Divulgação MPGO

O Ministério Público de Goiás deflagrou na manhã de hoje (23/11) Operação Ardenas 44 nos municípios de Divinópolis de Goiás e Buritinópolis, cumprindo três mandados de prisão temporária e nove de busca e apreensão, expedidos pela juíza Thaís Monteiro.

Foram detidos o secretário da Administração, José Catarino de Sousa Neto; o diretor de Limpeza Municipal, Joilson Pinto Magalhães, e o empresário Hilton Teixeira de Araújo. As ordens de busca e apreensão abrangeram a prefeitura de Divinópolis; a Secretarias de Educação, Administração, Saúde, a Comissão de Licitações; a empresa Hilson Teixeira Ltda, cuja sede fica em Buritinópolis, e as residências dos presos.

A apuração da Promotoria de Justiça de São Domingos e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Entorno de DF, revelou existência de organização criminosa atuando na administração pública municipal, voltada para a prática de crimes de peculato (desvio de dinheiro público), fraude a licitações, falsidade ideológica, corrupção passiva e corrupção ativa.

Na investigação, conduzida ao longo do primeiro semestre do ano, foi verificado que a empresa Hilson Teixeira Araújo Ltda foi contratada para prestação do serviço de limpeza no município de Divinópolis de Goiás em 2017 ao custo anual de um R$1,3 milhão, devendo prestar o serviço com quantitativo de 25 funcionários.

Contudo, por exigência de agentes políticos do município, ela realizou contratação de mais 25 pessoas, muitas delas recebendo pela empresa Hilson, mas prestando serviços em funções sem qualquer relação com a limpeza pública, como guarda de garagem, motorista de ambulância, secretária.

Ainda foi constatado que outras pessoas, que recebiam pela empresa, sequer trabalhavam no município. As investigações prosseguem com objetivo de identificar outros envolvidos e crimes e o oferecimento de denúncia criminal.

Participaram da operação os promotores de Justiça Douglas Chegury, Fernanda Balbinot e Paula Moraes de Matos, e Daniel Lima Pessoa (integrante do Gaeco), policiais civis da 13° Circunscrição e militares do Comando de Operações de Divisas (COD) e Grupo de Patrulhamento Tático (GPT).

O nome da operação, Ardenas, é em referência a última batalha do front ocidental travada em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, e que culminou na derrota do nazifascismo.