Além de não marcar presença no encontro, o vice-presidente minimizou sua importância; ao ministro da Defesa, Hamilton Mourão falou sobre estudo para reduzir custos da GLO para estendê-la até 31 de julho

Vice-presidente, Hamilton Mourão. | Foto: Isac Nóbrega/Reprodução

Após ser deixado de lado em discurso do presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), durante a Cúpula dos Líderes sobre o Clima, na manhã da última quinta-feira, 22, o vice-presidente Hamilton Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, ironizou fala de Bolsonaro e minimizou importância do encontro. Mourão não chegou a participar do evento que contou com mais de 40 líderes internacionais.

Em seu discurso, Jair Bolsonaro fez diversas promessas, como a de antecipar a neutralidade climática até 2050 – antecipando 10 anos do previsto pela meta anterior, que visava com que o país não emitisse mais gases que a atmosfera consegue absorver até 2060 – e a de zerar o desmatamento ilegal até 2030.

Objetivos sem fundamento?

Para Mourão, as novas metas anunciadas pelos chefes de Estado não passaram de uma carta de intenções. “Neguinho chega ali: “Em 2060…”. Pô, [até lá] nós todos já viramos pó”, disse o vice-presidente.

Ele ainda disse que esse tipo de promessa ‘faz parte’, mas ressaltou o objetivo de acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até daqui 9 anos. “O que nós temos que fazer, qual o nosso problema hoje? Claro, objetivo: reduzir o desmatamento na Amazônia. A gente fez isso, nós contribuímos com o que temos que comentar”, afirmou Mourão.

Para o vice-presidente, o evento internacional para discutir ações sobre mudanças climáticas não passou de uma “ação do governo americano para retomar o protagonismo num tema que o governo anterior tinha abandonado”. Enquanto a Cúpula acontecia, Mourão teve três extensos compromissos, sendo uma gravação de programa de rádio, uma entrevista a uma emissora e um encontro com o ministro da Defesa, Walter Braga Netto.

GLO na Amazônia

Em conversa com Braga Netto, o ministro da Defesa, Mourão falou sobre a extensão do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na Amazônia, que permite a manutenção de oficiais das Forças Armadas na região para atuar no combate ao desmatamento. O vice-presidente antecipou que essa questão deve ser resolvida nos próximos dias, com a oficialização de uma extensão da GLO por mais três meses, até 31 de julho.

De acordo Mourão, o assunto ainda está sendo estudado, uma vez que considera ser possível fazer uma operação mais econômica.