O corpo do motorista foi encontrado dentro de um veículo Fiat Uno. Bairro é apontado como ponto de tráfico de drogas

O motorista de aplicativo Davi Pinheiro Azevedo, de 36 anos, foi assassinado, com um tiro na nuca — estilo execução —, na quarta-feira, 2, na cidade de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). O celular dele foi roubado, mas a carteira e cartões não. Há a possibilidade de um criminoso — há indícios de que tenha sido apenas uma pessoa — ter avaliado que, sem o celular, a chamada, se houve uma, não poderia ser identificada (os registros, a rigor, são possíveis de serem verificados). A polícia ainda não tem pistas concretas do criminoso, exceto que era apenas um homem.

O corpo de Davi Pinheiro Azevedo entra dentro de um Fiat Uno, que alugava para trabalhar como motorista de um aplicativo (a polícia não revelou qual; a Uber esclareceu que não ele não prestava serviços para a empresa). A região onde o corpo foi encontrado é tida com reduto do tráfico de drogas e conflitos entre gangues rivais.

Davi Pinheiro Azevedo, motorista de aplicativo assassinado | Foto: Reprodução

Davi Pinheiro Azevedo era ex-presidiário — havia sido preso por tráfico de drogas. A família disse que ele lutava contra o vício e até se posicionava como ex-usuário. O trabalho como motorista era uma maneira de ficar distante das drogas, postulam familiares. “Davi havia sido usuário de cocaína, perdeu tudo que tinha por causa do vício. A esposa se separou dele e levou os filhos para Brasília. Ele não conseguiu arrumar emprego por ter passagem pela polícia e enxergou nas viagens de aplicativo uma possibilidade de ter uma profissão e de se restabelecer na vida”, conta uma pessoa da família.

Por cauda do envolvimento com o tráfico de drogas, Davi Pinheiro Azevedo tinha “inimigos”, relatou a família à polícia. “Davi há não mexia mais com drogas, ele estava se acertando. Com certeza foi um assalto. Ele gostava de trabalhar à noite porque é a hora que as corridas são mais caras. Ele queria progredir”, disse um familiar.

O presidente da Frente de Apoio Nacional dos Motoristas Autônomos (Fanma), Paulo Xavier, lamentou a morte do motorista, numa entrevista ao jornal “O Tempo”: “Ficamos mais uma vez entristecidos com a perda de um parceiro que foi vítima de latrocínio”.