Autor e intérprete de grandes sucessos dos anos 70, ele tinha 82 anos e há muito estava afastado dos palcos, afetado por esquistossomose

Cantor Paulo Diniz: morte aos 82 anos, depois de décadas afastado do palco por doença | Foto: Divulgação

Ainda ontem, pela estrada, alguma coisa me lembrou você…

Eu dirigia e um insight que me levou ao poema José, de Carlos Drummond de Andrade, que por sua vez sempre me recordou a versão musicada que Paulo Diniz fez para aqueles versos.

E agora, José? E agora, sem você, Paulo Diniz?

O perfil oficial do cantor no Instagram deu a notícia de sua morte na manhã desta quarta-feira, 22:

https://www.instagram.com/p/CfG_kf1rxyZ/

O cantor e compositor pernambucano Paulo Diniz morreu, aos 82 anos, em sua casa no Recife e, ainda segundo o perfil oficial do artista, de causas naturais.

Natural de Pesqueira (PE), foi destaque da MPB especialmente na década de 1970, quando compôs, em parceria com Odibar (1950-2010), entre outros, os sucessos Pingos de Amor, Um Chopp pra Distrair, Canoeiro, Ponha um Arco-Íris na sua Moringa e Quero Voltar Pra Bahia – esta inspirada nas cartas que Caetano Veloso escrevia para o jornal O Pasquim enquanto estava exilado por causa da ditadura .

Diniz começou a trabalhar com a voz como locutor e ator em rádios de Pernambuco e Ceará. Só passou a se dedicar à composição na década de 1960 e lançou o primeiro disco, O Chorão, em 1966.

Além de José, outros poemas musicados por Paulo Diniz foram Definição do Amor, de Gregório de Matos, Versos Íntimos, de Augusto dos Anjos, e Vou-me Embora pra Pasárgada, de Manuel Bandeira.

O cantor há muito – cerca de duas décadas – já estava afastado dos palcos depois que uma esquistossomose contraída ao nadar em um rio de Minas Gerais o deixou fora de combate. Mesmo assim, em 2019, voltou ao estúdio para gravar uma parceria inédita com Jam da Silva.

Entre os muitos nordestinos que estouraram com sucessos nos anos 70 – Belchior, Fágner, Ednardo, Alceu Valença e tantos outros –, Paulo Diniz talvez tenha sido o menos reconhecido. Sua obra naqueles tempos, no entanto, é subestimada, embora tenha sido bastante regravada, como Pingos de Amor, com a banda Kid Abelha:

* Com informações do portal UOL