Chick Corea brilhou ao lado de Miles Davis, Stanley Clarke, Al Di Meola, Flora Purim e Airto Moreira
Juscelino Goulart de Oliveira
Especial para o Jornal Opção
Craque da improvisação, o pianista e tecladista Chick Corea (Armando Anthony Corea) morreu, de câncer, na terça-feira, 9, mas a notícia só foi divulgada na quinta-feira, 11. Mesmo doente, o artista fez lives e deu curso online de jazz.
Chick Corea tocava piano desde os 5 anos. Aprendeu a tocar com o pai — trompetista de jazz. Sua música foi fortemente influenciada pelo bebop de Dizzy Dillespie, Charlie Parker, Horace Silver e Lester Young.

Chick Corea: um dos maiores pianistas de jazz da história | Foto: Reprodução
Sua versatilidade impressionou Miles Davis, que era um músico de jazz dos mais exigentes.
Na década de 1960, brilhou no grupo de Miles Davis, o que não era nada fácil, dados o brilhantismo e o rigor do trompetista.
Ao deixar Miles Davis, Chick Korea tocou no Return to Forever. O pianista, impactado pela hegemonia do rock, depois de lamentá-la, decidiu que unir-se ao “inimigo” era o melhor remédio — desde que pudesse transformá-lo, o que fez. Daí, fundindo rock e jazz, criando um estilo novo, o movimento Electric Fusion, fez o sucesso. Pode-se sugerir, até, que contribuiu tanto para a renovação do jazz quanto do rock.
Nesse período, tocaram com Chick Corea uma série de músicos talentosos, como Stanley Clarke, Al Di Meola, Lenny White, Bill Connors, Flora Purim e Airto Moreira — os dois últimos brasileiros.
Chick Corea era assim: apreciava tocar e dialogar, musicamente, com os melhores. Pois sabia que, assim, melhorava a sua própria música, construindo, por assim dizer, uma música coletiva, e de alta qualidade.
O grupo The Electric Band foi criado por Chick Corea, na década de 1980, ao lado de Dave Weckl (bateria), Eric Marienthal (sax), Frank Gambale (guitarra) e John Patitucci (baixo).
Texto deixado por Chick Corea
“Quero agradecer a todos aqueles que, ao longo da minha jornada, ajudaram a manter o fogo da música aceso. É minha esperança que aqueles que têm a ideia de tocar, escrever, atuar que o façam. Se não por você, então pelo resto de nós. O mundo não precisa apenas de mais artistas, mas também de muita diversão. E para os meus incríveis amigos músicos, que são uma família para mim desde que os conheci: foi uma bênção e uma honra aprender a tocar com todos vocês. Minha missão sempre foi levar a alegria de criar em qualquer lugar que eu pudesse, e ter feito isso com todos os artistas que eu admiro tanto foi a riqueza da minha vida”.
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