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Faleceu nesta terça-feira, 18, em Anápolis, o cerimonialista Valeriano Filho, aos 64 anos. Nome conhecido no circuito de casamentos, eventos de alto padrão e recepções da alta sociedade anapolina, ele estava internado no Hospital Evangélico Goiano (HEG), onde tratava complicações decorrentes de insuficiência renal. O quadro se agravou nos últimos dias.

O velório está previsto para ocorrer nesta quarta-feira,19, no Velório São Sebastião.

Polêmicas

Figura de personalidade marcante, Valeriano ganhou destaque pela condução exigente de cerimônias sofisticadas e pela atenção minuciosa aos detalhes estéticos dos eventos que organizava. Sua franqueza, frequentemente direta, acabou se transformando em uma marca registrada — característica que lhe rendeu admiradores e críticas ao longo da carreira.

Valeriano também chegou a ganhar repercussão nacional após um episódio envolvendo uma empregada doméstica, amplamente compartilhado nas redes sociais. Ele teria enviado áudios de humilhando um chef de cozinha. “Você não é nada, você é um lixo”, diz ele nas mensagens.

“Eu faço festas boas. Eu ganho dinheiro, sou profissional. Você não é nada, você é um lixo. Nem festinha você faz, Weslei. Você nem panela tem para cozinhar, não tem nem material”, disse Valeriano à época.

Anos depois, ele reconheceu o excesso e demonstrou arrependimento, gesto que reforçou a percepção pública de sua personalidade intensa, mas também humana.

Carta antes da morte

Menos de um mês antes de morrer, Valeriano publicou no Instagram, em 22 de outubro, data em que completou 64 anos, uma carta aberta sobre fé, dor e gratidão. À época, ele relatou o período difícil que enfrentava, marcado por uma fratura no fêmur, o início da hemodiálise, complicações renais e problemas cardíacos agravados pelo tratamento.

No texto, descreveu uma rotina exaustiva e dolorosa, mas destacou que encontrou força na fé e no apoio de familiares e amigos. Também falou sobre alegria, amizade e superação, afirmando que não havia perdido o humor nem o desejo de seguir adiante. Em um dos trechos mais simbólicos, escreveu: “O palco é o mesmo, só muda o texto da peça”.

Leia a íntegra da carta:

“Hoje completo mais uma etapa da minha vida. De todos os anos, esses dois últimos não foram fáceis de enfrentar e seguir. Tive uma fratura no fêmur e, logo depois, vieram os problemas nos rins. A hemodiálise, que vocês não imaginam o quanto é sofrida, passou a fazer parte da minha rotina. Por último, os problemas cardíacos, agravados pela própria hemodiálise.

Durante esse período, eu tinha uma única opção: me agarrar a Deus. Não como consolo ou desespero, mas com fé de que Ele me daria forças para enfrentar tudo com a mesma alegria de décadas passadas. Eu sou feliz, eu sou alegre e não dependo de ser ou ter para viver essa felicidade.

Cultivei, ao longo desses anos, a simpatia de amigos queridos e verdadeiros, que se tornaram rochas ao me ajudar e me fortalecer com orações, apoio e até ajuda financeira. Sou grato a todos os amigos e familiares por participarem comigo desses anos tão diferentes da minha vida.

O palco é o mesmo, só muda o texto da peça. E vamos seguir juntos, com a certeza de que nossa história ainda terá outros episódios. E nós vamos decifrá-los com a presença de Deus no nosso coração e nas nossas atitudes de amor e carinho.

Viva mais um ano de vida. Viva a felicidade de poder comemorar a vitória, mesmo diante de tantos desafios. E viva vocês, que me fazem sentir vivo e cheio de amor para dar. Jesus abençoe o meu dia e o de todos que sempre estiveram ao meu lado e torceram por mim. Parabéns para mim.”

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