Morre Aruna, uma das gêmeas siamesas separadas em cirurgia em Goiânia
Tathyane Melo
25 dezembro 2025 às 11h10
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Morreu nesta quarta-feira, 24, Aruna, uma das gêmeas siamesas separadas em uma cirurgia realizada em Goiânia, em maio de 2025. A criança tinha pouco mais de dois anos e havia apresentado sinais de melhora nas semanas anteriores, após deixar a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A informação foi confirmada pelo médico Zacharias Calil, responsável por liderar o procedimento cirúrgico.
A morte de Aruna foi comunicada pelo próprio cirurgião, que usou as redes sociais para se despedir da paciente. “Hoje nos despedimos da pequena Aruna com o coração apertado e em oração”, escreveu. Em outra mensagem, Calil acrescentou: “Hoje, Deus resolveu aliviar o sofrimento da Aruna e a levou para perto de sua irmã Kiraz. Uma dor imensa para todos nós, especialmente para essa família que lutou com coragem, fé e amor pelas suas gêmeas siamesas”.
Aruna havia deixado a UTI no último dia 10 de dezembro e foi transferida para a enfermaria, após apresentar evolução considerada positiva pela equipe médica. A saída da unidade intensiva foi anunciada pela família por meio do perfil Kiraz e Aruna Rodrigues no Instagram, que ao longo de meses informou o estado de saúde das gêmeas e compartilhou mensagens de esperança.
Em vídeo divulgado anteriormente, Zacharias Calil explicou as circunstâncias que levaram ao óbito. “Ela estava bem, foi para a enfermaria, como todos acompanharam, e, após três ou quatro dias, apresentou um quadro infeccioso, provavelmente viral”, afirmou. Segundo o médico, a infecção evoluiu de forma severa, apesar dos esforços clínicos para conter o quadro.
Aruna e Kiraz eram naturais de Igaraçu do Tietê, no interior de São Paulo, e nasceram unidas pelo tórax, abdômen e bacia. As duas compartilhavam o fígado e possuíam três pernas, o que tornou o caso extremamente complexo do ponto de vista médico.
A cirurgia de separação, realizada em Goiânia no dia 10 de maio de 2025, durou aproximadamente 19 horas e mobilizou mais de 40 profissionais de saúde de diferentes especialidades.
Após o procedimento, as duas crianças foram encaminhadas à UTI e permaneceram entubadas devido às complicações do pós-operatório, incluindo episódios de febre alta. Apesar do acompanhamento intensivo, Kiraz não resistiu e morreu cerca de dez dias após a cirurgia.
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