Líder de seita nos anos 1960, Manson estava preso na Califórnia, Estados Unidos, onde cumpria pena de prisão perpétua

O assassino em série Charles Manson, um dos criminosos mais famosos do século 20, morreu nesta segunda-feira (20/11), aos 83 anos, em um hospital da Califórnia, informou a irmã de uma de suas vítimas ao portal TMZ.

Manson abalou os Estados Unidos (EUA) em agosto de 1969 com uma onda de violência, na qual ele e seus seguidores, fãs de uma seita e conhecidos como “a família Manson”, mataram sete pessoas para provocar uma guerra racial.

Os crimes comoveram a sociedade americana e marcaram simbolicamente um ponto na contracultura dos anos 60 e do movimento hippie.

Entre os assassinados está a atriz Sharon Tate, que estava prestes a dar à luz o primeiro filho, fruto de sua relação com o diretor Roman Polanski.

Os assassinos usaram o sangue de suas vítimas para escrever mensagens nas paredes, enquanto seguiam as instruções que acreditavam escutar na canção Helter Skelter, dos Beatles.

Manson somava centenas de sanções por mau comportamento na prisão, onde também gravou uma tatuagem em forma de uma suástica.

O assassino em série morreu em um hospital da cidade de Bakersfield, disse à TMZ a irmã de Sharon Tate, após receber um telefonema de oficiais de Corcoran State, a prisão onde estava Manson, condenado em 1971 pelo seu papel na organização e no planejamento dos assassinatos cometidos por seus seguidores.

Manson foi condenado a morrer na câmara de gás em 1971. A pena capital foi transformada para prisão perpétua depois que os tribunais declararam inconstitucional punir com a morte os detentos no estado da Califórnia.

Após sete anos de prisão, ele foi declarado em condições de obter a liberdade condicional, que foi repetidamente negada sob a alegação de que era um preso ainda muito perigoso.

Nos últimos 20 anos, Manson sempre se negou a comparecer às suas audiências para liberdade condicional. Em entrevista à revista Vanity Fair, em 2011, se descreveu como um homem “mesquinho, sujo, fugitivo e ruim”, acrescentando que foi condenado por “ser a vontade de Deus”.

Em reportagem publicada em 1970 pela revista Rolling Stone, sobre os assassinatos feitos pela “família”, foi considerado “o homem vivo mais perigoso do mundo”.

Leslie Van Houten, o membro mais jovem do clã, explicou que Manson havia feito neles “lavagem cerebral” com sexo, LSD, leituras constantes de passagens da Bíblia, repetidas escutas do disco “White Album”, dos Beatles, e outros textos sobre o seu desejo de lançar uma revolução.