Perguntado se permitiria ao Telegram enviar as mensagens que estão na nuvem à PF, o ministro se resumiu a dizer que estas não existem, pois ele deixou o app em 2017

Em sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, conjuntamente com a Comissão de Direitos Humanos e Legislação do Senado, o ministro Sergio Moro falou sobre as mensagens trocadas no âmbito da Lava Jato com procuradores, enquanto ainda era juiz, e divulgadas pelo The Intercept. Ao ser questionado pelo senador Ângelo Coronel (PSD), o ex-magistrado afirmou que se as mensagens são autênticas, ele não vê problema, mas não se lembra do que enviou há três anos.
Ele, que já havia dito que a divulgação feita pelo The Intercept era sensacionalista, comentou acerca da mensagem em que ele dizia confiar no ministro Luiz Fux [In Fux we trust]. “Me parece absoluto sensacionalismo e o veículo que divulgou só queria constranger o Supremo Tribunal Federal”.
Moro ainda afirmou que cumpriu o seu dever e seguiu o ritmo dos processos. “Outros profissionais que apreciaram as minhas decisões fizeram da mesma forma. As decisões foram confirmadas pelo TRF4, STJ. Essas pessoas cometeram crimes e têm que responder pelos seus atos”, pontuou.
Questionamento
O questionamento original de Ângelo era se o ministro permitiria que o Telegram passe a Polícia Federal os dados que estavam nas nuvens. Moro não chegou a responder, o que fez com que o senador refizesse o questionamento.
Então, Moro afirmou, apenas, que não fica nas nuvens e que ele deixou o Telegram em 2017. “Não existem essas mensagens para que eu possa disponibilizar”. Em outra parte da pergunta, era solicitado que o ministro da Justiça pedisse a Deltan Dallagnol, procurador e coordenador da Lava Jato em Curitiba, que passe, então, seu aplicativo à PF.
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