Desde a última sexta-feira, 4, a tramitação do projeto foi suspensa na Câmara por solicitação do Ministério Público, devido à pandemia

Do alto de uma das torres, uma visão geral de um dos quadrantes do Setor Marista: sobrados e casarões são demolidos para dar lugar a torres gigantes Foto: Reprodução

Com impasses em relação ao cronograma para debate e votação do Plano Diretor, a Câmara Municipal suspendeu a tramitação na última sexta-feira, 4. A paralisação das audiências públicas, reuniões com especialistas e apresentação de emendas de vereadores ocorre por conta da pandemia de Covid-19, uma sugestão do Ministério Público.

Com isso, as associações de moradores do setor Sul e Marista afirmam que, apesar de parado na Câmara e na Prefeitura, as mobilizações não ficarão congeladas também.

“Vamos continuar mobilizando. Estamos atentos. Não temos ainda reuniões marcadas com os vereadores, porque foi na sexta-feira, 4, que saiu a decisão. Para o setor Marista nos preocupa muito a atual lei”, afirma Danielle Andrade, odontóloga que mora e trabalha no setor há mais de 15 anos.

“A gente gostaria que mudasse logo, porque a atual, a 171, é muito ruim para o Marista, pois não impõe limite de construção. Os prédios podem virar arranha-ceus, com muitas unidades. Queremos que mude logo. Na verdade, para nós não foi bom ter paralisado o Plano Diretor. A gente precisa de uma mudança urgente”, disse.

Márcia Guerrante, arquiteta e moradora do setor Sul conta que as emendas apresentadas pelos parlamentares suscitaram muita indignação e mostraram aos moradores a necessidade de saírem em defesa do bairro e de sua preservação. ” Foi despertado entre os moradores do Setor Sul um senso de pertencimento muito forte que os levou a se organizarem como nunca antes haviam feito. A luta pelo direito a uma cidade mais humana está apenas começando”, declarou.

Já Adriana Reis Dourado, presidente do 31º Conselho Comunitário de Segurança de Goiânia, representante do setor Jaó, as mobilizações deverão parar por um tempo até que as discussões sejam retomadas. “Agora é esperar. E procurar saber como cada vereador vai votar. É importante que a comunidade tenha ciência do que pensa cada vereador e como será o voto deles caso sejam reeleitos”, afirmou ao Jornal Opção.