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Moradores do condomínio Solar, em Brasília, onde vive o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), organizaram na sexta-feira, 12, um churrasco em comemoração à condenação de Bolsonaro pelo STF.

O ex-mandatário foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

O evento, promovido por opositores de Bolsonaro, contou com decoração temática, música, bebidas e churrasco. A anfitriã, que preferiu não se identificar, afirmou ao portal Metrópoles: “Estamos comemorando a favor da democracia. É um sentimento de alívio.”

O grupo Linhas da Resistência, que atua em temas de direitos humanos e defesa da democracia, participou da ornamentação da festa com bordados e mensagens de resistência.

Segundo a organização, a mobilização começou ainda em 2022, durante a campanha eleitoral, com o objetivo de sensibilizar a sociedade contra a reeleição de Bolsonaro.

STF condena Bolsonaro e aliados

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou não apenas Jair Bolsonaro, mas também outros sete aliados. O julgamento terminou em 4 votos a 1: Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin votaram pela condenação, enquanto Luiz Fux se manifestou pela absolvição.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou Bolsonaro de chefiar uma organização criminosa e de tentar abolir violentamente o Estado Democrático de Direito. Apesar da pena, a prisão imediata não deve ocorrer, já que a execução só se dará após o trânsito em julgado.

Enquanto parte dos vizinhos comemorava com churrasco, mensagens em grupos de WhatsApp do condomínio de Bolsonaro no Jardim Botânico mostraram o clima dividido. Alguns ironizaram o momento com frases como: “Virou Copa do Mundo” ou “Já comprei a cerveja e a picanha.”

Outros defenderam o ex-presidente, destacando que Bolsonaro sempre foi “um bom vizinho” e “até um bom presidente”. Houve ainda quem elogiasse o reforço policial no local, afirmando que o bairro se tornou “o lugar mais seguro de Brasília”.

No mesmo dia, Bolsonaro apareceu na garagem da residência onde cumpre prisão domiciliar com Michelle Bolsonaro e a filha Laura. O ex-presidente sorriu e acenou para fotógrafos, aparentando tranquilidade.

Segundo aliados, Bolsonaro valorizou a divergência aberta por Luiz Fux e deve usar o voto como argumento em futuros recursos. Paralelamente, políticos de sua base reforçam pressões pela aprovação da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.