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A história de Moisés é uma das narrativas mais fascinantes e intrigantes da Bíblia. De acordo com as Escrituras Sagradas, seu nome está diretamente ligado à libertação dos hebreus no Egito, aos Dez Mandamentos e à chegada à Terra Prometida. Mas até que ponto seriam verdadeiras todas essas histórias que, há milênios, permeiam o nosso imaginário e que, de alguma forma, moldaram a identidade espiritual e cultural da humanidade?

A procura de vestígios dessa, que é uma das histórias mais fantásticas contadas pelo Velho Testamento, ocorre desde que o rei da Babilônia, Nabucodonosor, em 546 A.C, invadiu Jerusalém e destruiu o Templo onde estava a Arca da Aliança. A Arca guardava as tábuas com os Dez Mandamentos. A falta de evidências concretas sobre a escravidão dos hebreus no antigo Egito também levanta suspeitas sobre a historicidade de Moisés. A arqueologia nunca conseguiu provar cientificamente que as histórias contadas nos 12 livros de Moisés eram reais, assim como sua própria existência.

No entanto, tudo isso pode mudar desde que, na semana passada, arqueólogos anunciaram ter encontrado a assinatura de Moisés numa caverna na Península do Sinai. Numa antiga mina de extração de pedras turquesas, uma inscrição feita na parede há 3000 anos A.C pode ser a primeira evidência real que comprova que a figura bíblica de Moisés de fato existiu.

Foi o arqueólogo, Michael Bar-Ron, que durante oito anos analisou imagens da mina em resoluções de todos os tipos, até mesmo escaneamento em 3D, o responsável pelo achado. Ele explica que, além do nome bíblico, a inscrição completa na parede diz: “Isto é de Moisés”, o que seria a assinatura do homem que, segundo a Bíblia, com a ajuda de Deus, abriu o Mar Vermelho para permitir a passagem do seu povo em fuga das tropas do Faraó Ramsés II.

O arqueólogo sugere que a inscrição possui consistência linguística, estilo e estrutura que indicam que a frase foi escrita por um escriba familiarizado com hieroglifo egípcio e alinhado à história de Moisés, já que ele foi criado no Palácio do Faraó. Bar-Ron analisou outras 22 inscrições na mesma caverna, todas em hieróglifos e concluiu que foram escritas na mesma época, por um escriba ligado a Moisés ou por ele mesmo.

Apesar da confirmação, a comunidade científica prefere a cautela, por isso, o local onde foi encontrada a inscrição não será revelado, muitos arqueólogos acreditam que o anúncio da descoberta é prematuro e que um escrutínio científico no local é necessário para evitar qualquer dúvida sobre a veracidade do achado que pode mudar de vez a forma como vemos as histórias contadas na Bíblia