Mochila estava com pertences de Bruno Araújo e Dom Phillips, afirma PF
12 junho 2022 às 23h54
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Dupla desapareceu há 8 dias e o material foi encontrado próximo da moradia de um suspeito de envolvimento no caso, que está preso
Na noite deste domingo, 12, a Polícia Federal anunciou que foram encontrados um cartão de saúde com nome do indigenista Bruno Pereira e outros itens dele e do jornalista britânico Dom Phillips. Ambos estão desaparecidos desde o dia 5 de junho, na região de Atalaia do Norte (AM), depois de, navegando de barco pelo Rio Itaquaí, passarem pela comunidade de São Rafael.
Horas antes, os bombeiros encontraram uma mochila, um notebook e um par de sandálias na área onde são feitas as buscas pelo jornalista inglês e pelo indigenista no interior do Amazonas.
O detalhamento dos objetos foi divulgado por meio de nota da Policia Federal. De acordo com a PF, foram encontrados:
- um cartão de saúde em nome de Bruno Pereira;
- uma calça preta de Bruno;
- um chinelo preto de Bruno;
- um par de botas de Bruno;
- um par de botas de Dom Phillips;
- uma mochila de Dom contendo roupas pessoais.
Durante a tarde, o coordenador da equipe dos Bombeiros em Atalaia do Norte, Barbosa Amorim, disse que o material foi encontrado próximo à casa de Amarildo Costa de Oliveira, o Pelado, suspeito de envolvimento no crime, que segue preso no município.
Os pertences estavam em uma área de igapó e estavam amarrados em uma árvore. Igapó é uma região da Floresta Amazônica alagada pelos rios e com inúmeras árvores.
“[O material] foi encontrado próximo à casa dele [Amarildo], na comunidade de São Gabriel. A partir do local em que encontramos essas mochilas hoje, vamos dar continuidade nos mergulhos, principalmente nas árvores próximas, para certificar que não há nenhum outro material amarrado ali”, disse o coordenador.
Mais cedo, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) também afirmou ter encontrado uma nova embarcação em área de busca pelos desaparecidos. Segundo a organização, a embarcação foi encontrada no sábado, 11. De acordo com o procurador jurídico da Univaja, Eliésio Marubo, a embarcação pode pertencer ao suspeito de envolvimento no desaparecimento dos dois.
A Univaja também emitiu uma nota em resposta a manifestação feita pela Fundação Nacional do Índio (Funai), questionando a organização a respeito das buscas. Sobre o assunto, Marubo afirmou que o órgão não pode impedir indígenas de entrarem em suas terras. “A Funai desconhece o papel dela quando ela tenta impedir o índio de entrar na sua própria terra. Antes de ser instituição nós somos indígenas. Nós pertencemos a essa região e estamos sendo impedidos de entrar em nossa própria terra. A nota explica sobre isso, sobre essa criminalização da Funai em relação a tentativa de criminalizar qualquer conduta que nossa organização tem realizado”, explicou.
* Com informações do portal G1.