Ministro Napoleão se irrita em sessão e critica delações que citaram seu nome
09 junho 2017 às 17h13

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Votação segue empatada sobre cassação da chapa Dilma-Temer após voto contra de Napoleão Maia. O relator Herman Benjamin votou a favor

No início da retomada do julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta sexta-feira (9/6), o ministro Napoleão Nunes Maia, primeiro a se manifestar após a apresentação do voto do relator, mostrou-se revoltado por surgirem denúncias de que ele estaria sendo citado nas delações premiada das empresas OAS e JBS.
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O ministro chegou a deseja a “ira do profeta” às pessoas que fizeram acusações contra ele. Após o desabafo de Napoleão, a sessão foi suspensa por cinco minutos e depois retomada.
Em sua fala, Napoleão Nunes Maia criticou duramente o instrumento da delação premiada. “Se isto não terminar, o final não será bom. Todos nós estamos sujeito ao alcance dessas pessoas [delatores]. O sujeito fica indefeso diante disso, deve amargurar isso no coração?”, questionou o ministro. As informações sobre citações ao ministro em delações foram noticiadas pela imprensa.
“Um delator teria dito que eu intercedi [em favor da JBS]. Eu nunca vi esse advogado e duvido que tenha dito isso. A mentira é do delator, que disse isso para me incriminar em troca das benesses que recebeu. A delação está servindo para isso. Alguém pode ser solicitado a denunciar alguém em troca de uma benesse e [esse] alguém que amargure pelo resto da vida”, criticou Napoleão Nunes.
O ministro também falou irritado sobre um fato ocorrido na manha desta sexta-feira (9)quando seu filho foi impedido de entrar no tribunal por não está vestido adequadamente. O filho, segundo o ministro, trazia fotos da neta em um envelope para entregar a ele. Para ter acesso ao plenário, é necessário estar vestindo terno e gravata.
No início da tarde, o ministro Herman Benjamin, relator da ação, votou pela cassação da chapa Dilma-Temer. (Com Agência Brasil)