Augusto Nardes do Tribunal de Contas da União (TCU) está sendo pressionado por colegas ministros para se retratar sobre áudio com teor “golpista”. As afirmações de Nardes foram divulgadas em um grupo de WhtsApp que tem como integrantes lideranças ligadas ao agronegócio.

No áudio, Nardes alega estar acontecendo “um movimento muito forte nas casernas” brasileiras e que seria “questão de horas, dias, no máximo, uma semana, duas, talvez menos do que isso”, para um “desenlace bastante forte na nação”.

Por meio de nota, Nardes lamentou “profundamente a interpretação que foi dada sobre um áudio despretensioso gravado apressadamente e dirigido a um grupo de amigos”. Ele afirmou que repudia “manifestações de natureza antidemocrática e golpistas, e reitera sua defesa da legalidade e das instituições republicanas”.

Membros do TCU ouvidos pelo site Metrópoles destacaram que há nos bastidores o sentimento de “constrangimento geral” entre os outros ministros. Para amenizar a situação, eles estariam desencadeando uma intensa troca de mensagens para combinar uma reação sobre a fala do colega.

Internamente, ministros chegaram a classificar o áudio de Nardes como possível crime previsto na Nova Lei de Segurança Nacional (Lei 14.197/2021): “Art. 359-L. Tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais”. A pena para este tipo de crime é de 4 anos de prisão, o que corresponde à violência.