Ministro da Saúde volta atrás e diz que SUS não terá cortes
17 maio 2016 às 14h21

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Depois de afirmar que Estado não seria capaz de arcar com todos os direitos garantidos pela Constituição, Ricardo Barros explica que falava da Previdência

Dias após ser nomeado ministro da Saúde, Ricardo Barros se envolveu em polêmica ao dizer, em entrevista à Folha de São Paulo, que o Estado não tem como arcar com todas as garantias previstas na Constituição de 1988, incluindo o acesso universal à saúde. Sua fala foi encarada como um indicativo de que o Sistema Único de Saúde (SUS) terá cortes, o que causou reação imediata.
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Nesta terça-feira (17/5), no entanto, Barros voltou atrás em entrevista ao mesmo jornal e disse que o SUS está “estabelecido” e não deve ter sua amplitude revista. Segundo ele, sua proposta de corte de gastos envolve apenas a Previdência e não a área da saúde. O ministro garantiu que a orientação do presidente interino Michel Temer (PMDB) é de não mexer em direitos adquiridos.
“Tratei, na entrevista que dei, sobre a repactuação da Previdência, porque ela consome 50% dos recursos que nós arrecadamos. Houve um acordo, uma repactuação em Portugal, na Grécia, na Espanha. E haverá um momento em que isso precisará ser resolvido”, afirmou ele. “Foi uma fala de contexto, do porquê das dificuldades para o financiamento do SUS e as dificuldades ocorrem porque não há o equilíbrio fiscal.”
Ele também afirmou que já tem reunião marcada com o ministro do Planejamento, Romero Jucá, para buscar a liberação de recursos para a Saúde. Segundo Barros, a expectativa não é de aumento de verbas, já que o orçamento é restrito, mas pelo menos de garantia dos compromissos já assumidos.