General Paulo Sérgio atende requerimento do deputado goiano Elias Vaz, responsável pela denúncia das compras

Está prevista para a tarde desta quarta-feira, 8, a visita do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, à Câmara dos Deputados, para responder a questionamentos dos deputados sobre compras milionárias de Viagra realizadas pelo Comando da Marinha. O general também deve responder questões sobre a liberação de compra de 60 próteses penianas, no valor de R$3,5 milhões, para unidades ligadas ao Exército.

Em denúncia apresentada pelo deputado federal Elias Vaz (PSB), foi observado que houve indícios de superfaturamento de até 550% na compra de comprimidos estimulantes sexuais. Uma varredura no Portal da Transparência e no Painel de Preços revelou que, nos empenhos autorizados pelo governo federal, cada comprimido custa entre R$2,91 e R$3,14, valores muito acima dos praticados pelo Ministério da Saúde, somando um gasto total que pode chegar a R$33.592.714,80.

A mesma quantidade de medicamento, no entanto, custaria cerca de cinco vezes menos – R$ 5.382.059,52 –, se comprados com valor disposto no Pregão Eletrônico n° 74/2021, promovido pelo Departamento de Logística do Ministério da Saúde. “O prejuízo à União pode passar de R$28 milhões. É dinheiro público indo para o ralo da corrupção enquanto o povo brasileiro recolhe alimentos no lixo e come sopa de osso. A sociedade merece uma satisfação do governo Bolsonaro”, afirma o deputado.

Já sobre as próteses, a denúncia indicou três pregões para aquisição de próteses penianas infláveis de silicone, com comprimento entre 10 e 25 centímetros, todos homologados em 2021. O pregão 00036/2020 prevê a compra de dez próteses, custando R$50.149.72 cada, para o Hospital Militar de Área de São Paulo. Outro pregão, 00010/2021, trata da aquisição de 20 unidades ao custo de R$57.647,65 a unidade. As próteses são destinadas ao Hospital Militar de Área de Campo Grande. E o terceiro, 00051/2021, permite a compra de mais 30 próteses, com preço de R$60.716,57 cada, para o Hospital Militar de Área de São Paulo.

Em contraste com os preços elevados, os modelos fornecidos pelo SUS, maleáveis, custam cerca de R$2 mil cada um. “O governo está gastando milhões com próteses que não estão no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde, não são fornecidas pelo SUS nem por planos particulares. O cidadão não tem conseguido nem dipirona nos postos”, aponta Elias.