A vereadora Aava Santiago, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara dos Vereadores de Goiânia, denunciou ao Ministério Público de Goiás (MPGO) a falta de atendimento do Instituto Municipal de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (IMAS). Na tarde desta terça-feira, 21, a vereadora Kátia (PT), presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Goiânia, promove audiência pública para discutir a situação do Instituto. Em resposta ao Jornal Opção, a Prefeitura de Goiânia informou que a paralisação do atendimento médico no Hospital Santa Bárbara e no Hospital Ortopédico de Goiânia ocorreu de forma ilegal (confira ao final da reportagem) e que tomará medidas judiciais cabíveis para que usuários sejam atendidos.

A audiência pública será realizada às 13h no Plenário da Câmara e vai reunir representantes dos usuários do serviço, dos hospitais conveniados e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). “Queremos discutir e entender a questão dessas dívidas, o planejamento da Prefeitura, mas principalmente os outros problemas de gestão do IMAS que estão prejudicando não apenas os prestadores de serviços, mas principalmente os usuários, os servidores públicos que pagam mensalmente pela assistência e não estão recebendo uma atendimento adequado e de qualidade”, explica a vereadora Kátia. “Goiânia não está bem de saúde e nosso dever como vereadora e presidente da Comissão de Saúde é fiscalizar e atuar para que os usuários e a população em geral tenham um serviço de qualidade”, concluiu.

A presidente da Federação dos Hospitais, Laboratórios, Clínicas de Imagem e Estabelecimentos de Saúde do Estado de Goiás (FEHOESG), Christiane do Valle, também reclama que os pagamentos estão atrasados pelo IMAS desde o ano de 2021 e que várias reuniões já foram realizadas com a diretoria do IMAS, ocorridas desde a gestão do ex-presidente Welmes Marques e também na atual gestão do presidente Marcelo Teixeira, e não foram alcançadas soluções para os pagamentos atrasados.

Hospitais que prestam serviço via Imas cancelando atendimentos. | Foto: Arquivo

Denúncia ao Ministério Público

“É da responsabilidade do município o custeio do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia com pessoal necessário ao seu regular funcionamento e manutenção”, explicou a vereadora Aava na denúncia ao MPGO.

Os Hospitais, laboratórios e clínicas que prestam serviços via Imas estão com os atendimentos suspensos por falta de pagamento desde outubro do ano passado. Segundo a denúncia, a situação atual é ainda mais alarmante devido ao fato de que muitos dos usuários do Imas estão sendo forçados a interromper tratamentos especializados, incluindo aqueles relacionados a doenças oncológicas.

A suspensão do atendimento médico não é apenas um problema de ordem financeira, mas uma questão que envolve a saúde e o bem-estar dos servidores municipais e seus dependentes.

“É importante ressaltar que o Imas continua arrecadando regularmente 8% dos salários dos servidores municipais, mediante desconto direto em seus contracheques a cada mês. No entanto, apesar dessas contribuições regulares, os usuários do plano de saúde do Imas estão enfrentando uma situação alarmante de falta de atendimento médico. Essa discrepância entre a arrecadação e a disponibilidade de serviços médicos é uma fonte adicional de preocupação para os beneficiários, que esperam uma prestação adequada dos serviços de saúde em troca de suas contribuições mensais”, finalizou a vereadora.

Hospitais que prestam serviço via Imas cancelando atendimentos. | Foto: Arquivo

Nota do Imas na íntegra

  • O Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas) esclarece que a paralisação do atendimento médico no Hospital Santa Bárbara e no Hospital Ortopédico de Goiânia ocorreu de forma ilegal, sem cumprimento do aviso prévio constante nos contratos.
  • Diante da suspensão por parte dos hospitais, o Imas informa que estão sendo tomadas as providências legais cabíveis, a fim de que os usuários voltem a ser devidamente atendidos.