Produtos da BRF de Mineiros não oferecem risco à saúde, constata ministério
06 abril 2017 às 17h31
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Análise do governo identificou apenas excesso de água nas amostras de frango verificadas. Ainda assim, unidade permanece fechada, sem previsão de reabertura
Após uma análise de amostras de produtos da unidade de Mineiros (GO) da BRF, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que identificou excesso de água no frango verificado. A informação foi dada pelo secretário-executivo do Mapa, Eumar Novacki, que apresentou nesta quinta-feira (6/4) o novo balanço das auditorias dos 21 estabelecimentos que estavam sob suspeita desde o início da Operação Carne Fraca.
Apesar de os produtos do estabelecimento goiano não apresentarem risco à saúde, ainda não há previsão de reabertura da unidade. Ao Jornal Opção, a BRF informou que aguarda os pareceres técnicos do Ministério da Agricultura. A empresa informou, ainda, que solicitou contraprova junto ao Mapa e está verificando os controles de processo na fábrica e nos centros de distribuição.
Segundo a BRF, os resultados obtidos pelo Mapa são diferentes dos verificados nos controles realizados diariamente dentro da unidade produtora. A nota também diz que existem inúmeras variáveis que podem interferir nos resultados de testes realizados em frangos congelados coletados nos centros de distribuição, tais como condições de transporte e acondicionamento do frango assim como questões fisiológicas.
Análise
De acordo com Eumar Novacki, foram recolhidas 302 amostras de produtos de maneira preventiva em todas as unidades investigadas. Destas, 31 — incluindo a de Mineiros — apresentaram problemas de ordem econômica como excesso de amido em salsicha ou adição de água, além do permitido, em frango congelado.
Oito produtos analisados apresentaram possível risco à saúde, já que foi detectada a presença de salmonella e uma de estafilococos. Esses casos ocorreram em hambúrgueres da marca Novilho Nobre, do frigorífico Transmeat em Barra Nova (PR) e a linguiça cozida do frigorífico FrigoSantos, de Campo Magro (PR). Todos estes produtos serão descartados.
Também foram encontrados lotes de embutidos que continham excesso de amido e ácido sórbico, um conservante proibido em linguiças e salsichas, produzidas pelos frigoríficos Souza Ramos, de Colombo (PR), e Peccin. As amostras do frigorífico Frango DM, de Arapongas (PR), também registraram excesso de água no frango.
Segundo Novacki, o ministério já iniciou os procedimentos para cancelamento do SIF dos frigoríficos: Peccin (SIF 825), de Jaraguá do Sul (SC); Peccin (SIF 2155), de Curitiba (PR); e Central de Carnes (SIF 3796), de Colombo (PR). Todas essas unidades já estão interditadas e outros frigoríficos podem ter o registro cassado à medida que as investigações avancem. “Todos, pequenos, médios ou grandes, terão que pagar pelos erros detectados e o ministério vai agir de modo muito duro”, disse. (Com Agência Brasil)