O baiano Itamar Vieira Júnior, autor de Torto Arado (2019), Salvar o Fogo (2023), Doramar ou a odisseia: Histórias (2021), A oração do Carrasco (2017) e que recentemente lançou Chupim (2024) — literatura ilustrada destinada à infância — esteve pela primeira vez em Goiânia neste último domingo, 15, para um bate-papo literário. 

O encontro fez parte do Circuito Literário realizado pelo Sesc Goiás, que em comemoração de aniversário está promovendo gratuitamente espetáculos, oficinas, apresentações de dança, contação de histórias, palestras e saraus nas cidades de Goiânia, Anápolis e Jataí. 

A roda de conversa lotou o teatro do Sesc centro e foi mediada pela Dra. em Estudos Literários pela Universidade Federal de Goiás, Thaise Monteiro. A conversa abordou temas como as diferenças entre o textos acadêmicos e a literatura; narrativas sensíveis que trata sobre contextos de análogos à escravidão, abusos sexuais; narrativas femininas; novos lançamentos e cultura. 

Em entrevista exclusiva ao Jornal Opção, Itamar Vieira Júnior, compartilhou sobre trajetória, influências e sobre o movimento de romantização da vida de um autor reconhecido.  

Gustavo Soares — Tenho certeza que quem te acompanha quer saber um pouco da sua intimidade. Como é a sua rotina de escritor?

Itamar Vieira Junior — A minha rotina de escritor está em metamorfose. Porque eu sempre trabalhei desde os dezessete anos e algum tempo depois fui pro serviço público. Passei dezoito anos no serviço público e trabalhava quarenta horas por semana. Eu só tinha as noites para escrever. Passava três, quatro horas às vezes escrevendo à noite. Existia uma rotina para fazer tudo isso. Depois que eu publiquei Torto Arado e os outros livros, eu sempre acho que vou conseguir construir essa rotina de novo. É uma rotina muito espartana de poder trabalhar todos os dias. Mas eu não tenho conseguido porque eu circulo muito com os livros. São vinte e oito traduções de Torto Arado para idiomas diferentes e cada lugar que ele lançado tenho que dar meu tempo, falar com a imprensa, participar de eventos. Daqui uma semana eu vou pra Suécia, vai ser lançado a edição de lá. Com esse ritmo eu vou escrevendo nos lugares mais improváveis. Quando estou em casa eu me isolo de preferência pelas manhãs e fico até das oito ao meio-dia escrevendo. Mas quando estou viajando tem que ser em qualquer lugar. Às vezes no avião, no quarto de hotel. Quando eu terminei de escrever Salvar o Fogo foi em um voo. Já é mais complicado, o trabalho já não tem uma rotina. Nem todos os dias eu consigo escrever. Hoje pro exemplo saí muito cedo de casa e cheguei aqui praticamente agora. Tinha conexão e nem tive tempo de abrir o computador, fiquei só lendo e escutando audiolivro. Parece um paradoxo, né? Ficou tudo mais caótico agora.

A entrevista exclusiva completa sai em breve você pode acompanhar no Opção Play, no canal do Jornal Opção no YouTube e também em nosso perfil do instagram. Siga @jornalopcao

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