Militares acusados de morte de músico e catador tem pena reduzida para 3 anos de detenção em regime aberto
19 dezembro 2024 às 15h21
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O Superior Tribunal Militar (STM) reduziu a pena de oito militares do Exército acusados pelas mortes do músico Evaldo Rosa e do catador Luciano Macedo. O carro em que Evaldo estava foi fuzilado pelos militares. Já Luciano tentou ajudar a família que estava no veículo e também acabou morto.
Dois dos militares foram sentenciados a 3 anos de 6 meses de detenção. Os outros seis a três anos. Todos cumprirão a pena em regime aberto.
Por o STM ser a última instância, a decisão não cabe mais recurso. O Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, pode questionar a constitucionalidade da decisão.
Evaldo Rosa estava com familiares em um carro que foi fuzilado pelos militares. A perícia informou que 62 tiros perfuraram o veículo. O músico foi atingido nove vezes e morreu no local. O sogro de Evaldo também foi baleado, mas sobreviveu.
Já Luciano Macedo passava pelo local e foi atingido por disparos ao tentar ajudar a família. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.
Luciana Santos, esposa de Evaldo, acompanhou o julgamento no STM. Ao chegar no tribunal, ela afirmou que esperava que a condenação fosse mantida. Porém, no fim do julgamento, ela lamentou a redução da pena.
“Uma decisão horrível, lamentável, triste. Muito complicado. Mas era um pouco de se esperar. Porque no país em que a gente vive a gente sabe que não existe justiça, principalmente para pobre e preto”, disse.
Ela também disse que não pretende recorrer da decisão. “Vou ver com os meus advogados pra ver o que a gente pode fazer. Mas por mim pararia por aqui mesmo. Não confio porque sabemos que a Justiça é muito falha, e algo que faz muito mal pra mim, pra minha família, pro meu filho. É como eu tivesse que voltar no início de tudo o que eu vivi seis anos atrás”, afirmou.
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