Militantes petistas e servidores da Educação entram em confronto em convenção do PT

27 junho 2014 às 21h31

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Enquanto ocorria a entrevista coletiva do candidato ao governo do Estado Antônio Gomide, professores e outros servidores brigavam com os petistas na porta da Assembleia
*Colaborou Sarah Teófilo

Durante a convenção do PT, na Assembleia Legislativa de Goiás, em que foi confirmada a chapa majoritária composta por Antônio Gomide para o governo, o vereador Tayrone Di Martino para vice e Marina Sant’Anna para o Senado, servidores da educação que estão em greve e militantes do PT trocaram tapas e xingamentos. Os servidores municipais foram ao local fazer reivindicações junto ao partido do prefeito Paulo Garcia, que não estava no evento, mas os militantes do Partidos dos Trabalhadores não liberaram a entrada.
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Enquanto ocorria a entrevista coletiva do ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide, professores e outros servidores brigavam com os petistas na porta da Assembleia. Ao final, a reportagem pôde ver professores machucados, com a boca sangrando, e uma servidora que desmaiou e precisou do atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Já os militantes, em maior número, não se machucaram.
Os servidores afirmaram que o ato na Assembleia foi realizado para mostrar ao povo que os integrantes do PT estão traindo os trabalhadores, já que os funcionários estariam sendo “ignorados” pelo prefeito da capital na reivindicação por melhorias. “Fomos recebidos com muita agressividade, houve professoras apanhando, um professor teve o nariz quebrado. Nós estamos indignados com a atitude fascista desse governo que se diz ‘dos trabalhadores'”, relatou a professora Érica Otoni Mendonça. Segundo ela, havia cerca de 50 manifestantes no local.
Para um dos militantes do PT envolvidos na confusão, Vladimir Durão, os grevistas chegaram “invadindo e jogando água”. “Partimos para a briga”, disse. Em seu entendimento, os manifestantes que estavam ali são apoiadores do governador Marconi Perillo (PSDB) e queriam causar confusão no evento petista. Tais afirmações são refutadas pelos servidores, que declaram o movimento de greve como apartidário.
Os servidores da Educação municipal deflagraram greve no dia 26 de maio, sendo que estão ocupando a Câmara Municipal desde o último dia 10. Inicialmente a categoria pedia pelo cumprimento integral do acordo firmado entre a Prefeitura de Goiânia e os educadores no final da última paralisação. Entretanto, a pedido da secretária de Educação, Neyde Aparecida, o comando de greve reduziu a pauta de reivindicações em três itens: o pagamento do retroativo do piso salarial e das titularidades, estabelecimento de gratificação de 30% para auxiliares e o cumprimento da data base para os servidores administrativos.
Esta semana o presidente da Câmara de Goiânia, Clécio Alves (PMDB), suspendeu o pedido de reintegração de posse do plenário da Casa. O motivo seria que Clécio irá tentar buscar uma saída pacífica para a resolução do impasse. A categoria reclama que o prefeito não está aberto para o debate. No último dia 20 a prefeitura, juntamente com a Secretaria de Educação, protocolou um documento no Ministério Público de Goiás (MPGO) que deveria ser uma contraproposta da prefeitura para o fim da greve. O documento, entretanto, não trouxe nenhuma novidade e nada efetivo para a categoria.