Miguel Cançado é eleito presidente do Conselho de Comunicação do Congresso
15 julho 2015 às 15h20

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Advogado goiano e ex-presidente da OAB-GO foi eleito na manhã desta quarta-feira (15/7), durante solenidade em Brasília

O advogado goiano Miguel Ângelo Cançado foi eleito presidente do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional. Como antecipado com exclusividade pelo Jornal Opção, a eleição ocorreu após a posse do ex-presidente da OAB-GO no conselho, realizada em solenidade na manhã desta quarta-feira (15/7).
No Salão Nobre do Senado, em Brasília, ele e os outros 25 membros que compõem o colegiado (são 13 titulares e 13 suplentes) foram empossados para a gestão 2015-2017. O evento contou com a presença dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), bem como os ministros Aldo Rebelo (PCdoB) e Henrique Eduardo Alves (PMDB) — que fazem parte do conselho.
“A dimensão constitucional da Conselho demonstra sua importância para a preservação de um dos pilares da democracia: a liberdade de expressão e de imprensa”, afirmou advogado goiano durante o evento. Para Renan Calheiros, a comunicação é ponto nevrálgico do regime democrático, sendo assim, “o Congresso precisa da opinião acurada de especialistas para que possam ser dadas respostas justas, certas e rápidas à sociedade”.
Já Cunha destacou os efeitos da tecnologia da informação na comunicação moderna. “Em tempos em que tecnologias de informação se modificam com velocidade, é essencial a manutenção de fórum de pessoas qualificadas, que possam ser consultadas para matérias atinentes à comunicação social,” destacou o presidente da Câmara, que completou elogiando o colegiado: “O conselho tem papel crucial na garantia da defesa dos cidadãos brasileiros”.
Miguel Cançado ocupará uma das cinco cadeiras destinadas à representação da sociedade civil , tendo sido indicado pelo Conselho Federal da OAB, presidido pelo advogado Marcus Vinícius Furtado Coêlho. Seu vice-presidente, que foi eleito por maioria e também representa a sociedade civil, será Ronaldo Lemos.
O conselho se reúne mensalmente, em Brasília e é formado por 13 integrantes titulares, sendo três representantes de rádio, televisão e imprensa escrita, um engenheiro especialista na área de comunicação social, quatro representantes de categorias profissionais e cinco da sociedade civil.

Protestos
Durante a cerimônia de posse, houve protesto de integrantes da Fundação Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Os manifestantes exibiram cartazes dizendo que “o conselho foi vítima de um golpe” e de que “a população não está corretamente representada”.
Os manifestantes alegavam que os dois ministros do governo federal — Henrique Eduardo Alves (Turismo), e Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) — não poderiam representar a sociedade civil. O primeiro é titular do conselho e o segundo foi eleito suplente.
Em entrevista após a posse, o ministro Aldo Rebelo se defendeu, alegando que não foi escolhido na condição de representante do governo, mas como jornalista sindicalizado e ativo. “Sou jornalista, pago o sindicato e a confederação há mais de 30 anos, portanto, acho que tenho legitimidade para participar. A legitimidade é conferida pela lei. Não houve nenhuma violação. Os membros do Congresso escolhem. Há uma eleição. Portanto, não há irregularidade” alegou o comunista.
Oito deputados, dois senadores e nove entidades da sociedade civil deram entrada ontem em um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para anular o ato que nomeou os integrantes do conselho.
Os autores da ação defendem que o processo que levou à homologação da nova composição do conselho foi ilegítimo, inconstitucional e antirregimental. O Supremo vai deliberar sobre o assunto em agosto, após o recesso do Judiciário.
Eles argumentam, ainda, que a sessão do Congresso Nacional na qual os novos membros foram eleitos não registrou quórum mínimo de 257 deputados e 41 senadores para deliberação.
Segundo a Lei 8.389/1991, que regulamenta o órgão, o Conselho deve ser eleito em sessão conjunta das duas Casas. Também alegam que, contrariando o Regimento Comum do Congresso Nacional, a pauta não foi distribuída aos parlamentares com a antecedência de 24 horas. (Com informações da Agência Senado e da Agência Câmara)