Mesmo diante do déficit brasileiro, Goiás cresce e confirma recorde no comércio exterior
04 dezembro 2014 às 12h55
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Crescimento do saldo comercial significa, na prática, maior injeção de dinheiro de fora na economia goiana do que evasão de divisas locais fora outros países
As vendas de carnes para os russos e de milho para novos mercados do Sudoeste Asiático (como Vietnã e Malásia) fizeram a balança comercial de Goiás registrar em novembro um saldo positivo de US$ 111,4 milhões. As informações foram divulgadas, nesta quinta-feira (4/12), pelo secretário de Indústria e Comércio, William O’Dwyer, que estima que o saldo comercial do Estado deve fechar o ano com um crescimento de pelo menos 10% nas transações internacionais do Estado.
“Tivemos um resultado muito bom em novembro, que nos dá condições de estimar um fechamento de ano melhor ainda. Estes números são resultados do trabalho do governador Marconi Perillo e de todo o governo nos últimos anos”, pontuou o secretário.
Com o resultado, a diferença entre exportações e importações no acumulado deste ano atingiu o maior valor da série histórica, iniciada em 2001: US$ 2,42 bilhões. Este indicador já é 9% maior do que todo o ano de 2013, quando a diferença entre exportações e importações somou US$ 2,2 bilhões.
O crescimento do saldo comercial significa, na prática, maior injeção de dinheiro de fora na economia goiana do que evasão de divisas locais fora outros países, comenta o economista Everaldo Leite. “Isso é positivo para qualquer economia porque acaba puxando o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto)”, explica.
A saída de produtos goianos para fora do País no último mês somou US$ 435,2 milhões, enquanto a compra de itens estrangeiros atingiu US$ 323,8 milhões. O resultado positivo do Estado se dá num momento em que o País caminha para fechar o ano com queda em todas as bases de comparação de seu comércio exterior.
Dados Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) divulgados nesta semana revelam que em novembro a balança comercial brasileira teve o pior resultado dos últimos 20 anos, depois de registrar uma redução de 25% nas exportações. O déficit da balança do País já está em US$ 4,2 bilhões.
“Sem superávit de US$ 2,4 bilhões de Goiás no acumulado deste ano, o Mesm brasileira poderia ser 57% maior do que está hoje. Estamos contribuindo para que o resultado do Brasil não seja pior. Goiás tem uma economia em expansão e um comércio exterior cada dia mais competitivo”, diz o secretário.
Ainda segundo ele, o resultado goiano é fruto de políticas públicas desenvolvidas pelo governo de Goiás e pela gestão do governador Marconi Perillo (PSDB) nos últimos anos para a abertura de novos mercados e para diversificação da pauta de exportação. “Hoje, exportamos 791 produtos para 145 países. Queremos expandir estes números ainda mais. Estamos mantendo reuniões sistemáticas com empresários e embaixadores para fazer que o saldo do comércio exterior do Estado continue apresentando resultados positivos”, diz o secretário.
Exportações
Depois de passar os últimos dois meses sem o título de maior compradora de produtos goianos, a China reassumiu o pódio em novembro. Os chineses foram responsáveis por adquirir 11,71% das exportações de Goiás (US$ 50,9 milhões), principalmente, de sulfeto de cobre, couro, ferro, carnes de aves. A Rússia, que ocupou a primeira colocação em setembro e outubro, se posicionou na segunda colocação em novembro, comprando US$ 38,8 milhões (8,9%) em carnes.
As carnes, inclusive, foram os principais produtos exportados pelo Estado. O produto representou 31% das exportações, totalizando US$ 136,5 milhões. O milho, porém, foi o destaque neste mês. O produto foi o segundo mais vendido pelo Estado. O comércio desta commodity somou US$ 79,6 milhões (ou 18% das vendas de Goiás). “Cada vez mais exportamos produtos com maior valor agregado”, diz O’Dwyer.
Importações
Pela primeira vez neste ano, a Alemanha foi o principal país a vender para Goiás. As vendas somaram US$ 64,2 milhões (ou 19,83% de tudo o que o Estado comprou). Foram basicamente insumos farmacêuticos e anticorpos humanos, para abastecer o polo farmoquímico instalado no Estado, que produz 33% da produção nacional de medicamentos, segundo informações do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás.
De forma geral, os produtos farmacêuticos participaram com 31% do total das importações goianas. Destacaram-se, ainda, os veículos automóveis, tratores e suas partes (17,16%), adubos ou fertilizantes (15,04%), produtos químicos orgânicos (9,21%). Além da Alemanha, Japão e Estados Unidos também ocuparam posições no ranking. “São importações que representam investimentos para a economia goiana”, afirma o secretário William O’Dwyer.