Mesmo com vacinação, especialistas alertam sobre importância de se manter protocolos de saúde
20 janeiro 2021 às 16h00

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OMS aponta que, para haver o controle da transmissão da Covid-19, seria necessário imunizar entre 65% e 70% da população mundial

Com o início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, a população ficou alerta para a possibilidade de voltar a ter uma rotina “normal”, sem precisar tomar medidas protetivas de saúde. Porém, especialistas da área de infectologia afirmam que é necessária ter um pouco mais de paciência.
A Dra. Beatriz Quental, infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, explica que, embora o início da imunização seja motivo para se comemorar, ainda é necessário continuar com os cuidados básicos. “A expectativa é de que a vacinação vai reduzir o número de pessoas doentes e, portanto, a disseminação do vírus. Porém, acreditamos que ele vai continuar circulando”, conclui a médica.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as vacinas são essenciais para o combate de doenças fatais, pois elas impedem, por ano, a morte de cerca de 2 a 5 milhões de pessoas no mundo. No caso da Covid-19, ela estima que será preciso imunizar entre 65% e 70% da população mundial, para que se possa ter um controle da transmissão do vírus.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a imunização irá ocorrer em quatro etapas e em duas doses, tendo como prioridade a vacinação de profissionais de saúde, idosos, pessoas com comorbidades e indígenas, durante todo o ano de 2021. Para a maioria dos imunizantes, a vacinação deverá ocorrer em intervalo médio de 20 dias entre uma dose e outra.
Reações à vacina
De acordo com Quental, é possível que o imunizantes cause reações leves a moderadas na pessoa vacinada. “ É importante ressaltar que, para liberação, todas as vacinas passam por estudos criteriosos, e os estudos realizados até agora mostram que as vacinas em teste são seguras”, explica.
Alguns dos efeitos mais comuns, de acordo com a infectologista, são fadiga, febre e dor de cabeça, além de vermelhidão ou inchaço ao redor do local de aplicação.
Cuidados
Por fim, segundo a médica, mesmo com o início da imunização da população, o vírus ainda poderá ser transmitido àqueles que ainda não foram vacinados.
“Nenhuma vacina tem 100% de eficácia. Por isso, é imprescindível manter o uso da máscara, higiene de mãos e distanciamento social, que são as principais medidas para impedir a disseminação do vírus. Estas medidas serão ainda necessárias por um certo período de tempo”, finaliza Beatriz Quental.