A partir desta quarta-feira, 31, estabelecimentos têm permissão para funcionar entre 6h e 22h, com lotação máxima de 30% de sua capacidade

Academia em Goiânia. | Foto: Governo de Goiás

Apesar da reabertura do comércio na capital goiana, nesta quarta-feira, 31, determinado no modelo 14 por 14 do decreto estadual, que passou a ser seguido pelo município, o sentimento predominante entre os empresários do setor das academias é o de insegurança. O documento estadual entrou em vigor na última quarta-feira, 17, e dispôs de duas semanas de suspensão das atividades consideradas não essenciais, seguidas de duas semanas de reabertura, como estratégia de conter a curva de contágio e combater a Covid-19.  

Para o presidente do Sindicato das Academias de Goiás (Sindac-GO), Denis Gonçalves, apesar da reabertura, as expectativas quanto aos próximos dias são baixas, e o medo predomina. Para ele, a principal insegurança é em relação a quantidade de tempo que as atividades permanecerão abertas.

“A gente abre e recebe dos alunos por mensalidade, o que acontece é que não sabemos se vamos continuar abertos por todo o mês ou se vamos ter que fechar de novo na metade do mês. Como o cliente vai pagar a mensalidade se ele não tem certeza se a academia vai poder dar esses 30 dias de funcionamento para ele? No final das contas, continuamos tendo que pagar os funcionários e os impostos mensais, mesmo não tendo funcionado o mês inteiro. Fecha tudo e quando retorna a gente fica devendo para o cliente, então acabamos sempre funcionando no vermelho”, relata o presidente.

Ao passar em frente a algumas academias, na manhã deste primeiro dia de funcionamento, o empresário não acredita que haverá um fluxo considerável de clientes nos estabelecimentos. “Hoje passei em umas academias que costumavam ter de 10 a 15 carros estacionados na porta, hoje tinham no máximo cinco”, conta.

Prejuízo dos microempresários

Denis ainda explica que, com todo esse contexto, desistiu de atuar no ramo das academias. Assim, com o fechamento dos estabelecimentos no início de março, demitiu todos os seus funcionários e vendeu sua academia. Com isso, seus dias na presidência do sindicato permanecem contados. Segundo ele, em abril será realizada nova eleição para substituí-lo no cargo.

“A minha academia eu vendi. Não tem como manter família estando nesse ramo em contexto de pandemia, porque sua principal preocupação pagar aquilo que você contratou. Além disso, o governo só se preocupa com o funcionário, esquece que o dono da empresa também tem família. 90% das academias são microempresas e não temos ajuda em nada”, desabafa.

O presidente ainda mencionou Programa Super MEI do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) que pode fornecer até R$25 mil reais a microempresários e disse que mesmo os poucos que conseguem o auxílio, não obtém dinheiro o suficiente para pagar as dívidas.  “O governo queria emprestar dinheiro as microempresas, mas ninguém conseguiu pegar ainda. Além disso, mesmo se você pega 25 mil reais, não é suficiente nem para quitar uma folha de pagamento. E quando pega o dinheiro, você é obrigado a não demitir os funcionários. Com isso, o governo fica livre de pagar seguro-desemprego”, diz.

Funcionamento das academias

Em Goiânia, academias, quadras poliesportivas e ginásios têm permissão para funcionar entre seis horas da manhã e dez horas da noite, com lotação máxima de 30% da capacidade de acomodação. Segundo o presidente do Sindac-GO, fiscalização dos estabelecimentos para cumprimento dos protocolos de biossegurança, por parte da Vigilância Sanitária, é constante. ““A cada semana, quinzena e mês são fiscalizados a quantidade de pessoas, disponibilidade de álcool gel, distanciamento entre cada máquina e diversos outros requisitos”, explica.