Mesmo com pandemia, Banco de Leite de Anápolis atende média de 30 bebês internados em UTIs

Com sede própria desde 2018, Banco de Leite Humano tem contornado crise causada por pandemia e suprido bebês das UTIs da Santa Casa e Maternidade Doutor Adalberto

Em Anápolis, a coleta de leite humano para doações era realizada no Cais Mulher, até que em 2018, o Banco de Leite recebeu sede própria. Em publicação em suas redes sociais, o prefeito Roberto Naves (PP) relembrou essa conquista que se tornou tão importante em tempos de pandemia.

De acordo com Natalha Soares, coordenadora do Banco de Leite Humano, cerca de 35 doadoras conseguem suprir os estoques da unidade com 20 litros de leite por mês. Este leite, depois de pasteurizado, é redirecionado para a UTI da Santa Casa e para a Maternidade Doutor Adalberto, onde ajuda a alimentar bebês que necessitam.

“Em média 30 bebês recebem o leite. O perfil desses bebês são de internação em UTI neonatal em diversas condições. Na maternidade, geralmente, são os prematuros e abaixo do peso. As mães que têm gêmeos geralmente não conseguem suprir o bebezinho quando nascem. Eles costumam nascer com bom peso, mas a mãe não consegue suprir. Após alguns dias é constatada a baixa do peso e, também para esses bebês são necessários os leites. Bebês que fazem fototerapia”, informou.

De acordo com relatório da unidade, em junho, 39 bebês foram beneficiados com leite. Em julho, foram 24. Neste mês, o Banco de Leite conseguirá atender em torno de 30 bebês.

Doadoras

“As mães que têm excesso de leite, estão saudáveis e apresentam os exames de pré-natal da primeira e segunda fase, e que o bebê esteja com o peso ideal, de acordo com os dias ou meses, cadastramos para que elas sejam doadoras. Necessitamos que elas levem o leite até nós. Pode ser elas, o esposo ou algum familiar. Não precisa tirar um pouco de leite a cada dia. Orientamos que elas levem o leite a cada dez dias”, explica Natalha.

Ela conta que o banco de leite oferece os frascos de vidro já esterilizados para que essas mães depositem o leite nos frascos. “Todo apoio e suporte é oferecido por meio do teleatendimento. Cadastramos elas no WhastApp do Banco de Leite, entramos em contato com as mães, orientamos como deve ser feita a coleta para que o lei esteja limpinho no frasco e com maior segurança para pasteurizarmos e oferecermos os leites a bebês prematuros”, disse.

Segundo Natalha, a unidade ganha cerca de seis novas doadoras a cada mês. Além da coleta e distribuição, o Banco de Leite também oferece às doadoras atendimento psicológico, acupuntura nas doadoras e seus bebês, pediatras, fonoaudiólogas e odontopediatras.

Pandemia

Apesar da pandemia ter reduzido o número de doadoras, a coordenadora do banco relata que muitas mães continuaram ajudando o projeto. “Antes da pandemia o número de doadoras era maior. Mas é uma surpresa para a gente que as doadoras de antes da pandemia, já cadastradas no Banco de Leite, muitas continuaram levando leite para nós. As novas que cadastramos em meio à pandemia também têm levado leite para nós. Tem sido uma surpresa muito boa”, conta.

“Estamos conseguindo ter uma quantidade boa para fazermos pasteurização todo mês. Esse leite é encaminhado para a UTI da Santa Casa e para a Maternidade Doutor Adalberto. Estamos conseguindo atender no limite, mas estamos conseguindo.”

Por conta do isolamento social, os atendimentos têm ocorrido preferencialmente por videochamadas. “Os casos mais urgentes, como mastite ou frenectomia, são atendidos presencialmente com todas as normas de segurança”, ressaltou Natalha. “Os outros atendimentos as próprias mães têm receio de sair com seus bebês tão novos, sem todas as vacinas. Então oferecemos o atendimento por videochamada e fazemos o acompanhamento no dia a dia”, falou.

“Fazemos vídeos, no Banco de Leite, que enviamos para as mães para quando elas se esquecerem de alguma informação poderem rever nos vídeos e terem todo suporte. Os atendimentos à distância são de psicólogo e pediatra, que podem ocorrer por videochamada. Já a acupuntura e odontopediatria só casos bem urgentes. A fonoaudiologia, dentro da amamentação, orientamos por videochamada, mas caso veja necessidade de ir ao Banco de Leite, ocorre com toda segurança.”