COMPARTILHAR

Dados vão de encontro ao que alega o setor industrial de que redução de benefícios estaria prejudicando desenvolvimento do estado

A política de incentivos fiscais é o assunto do momento e domina os debates na Assembleia Legislativa de Goiás. Polêmico, o tema tem sido motivo de enfrentamento entre Governo e setor empresarial e também não é consenso entre os deputados.

Desde o início da gestão de Ronaldo Caiado (DEM), o Executivo — e o Legislativo, por meio da CPI dos Incentivos Fiscais — viram a necessidade de cortes de benefícios a fim de eliminar alguns excessos e distorções entre os setores.

De lá pra cá, já foram reduzidos R$ 1,6 bilhões em incentivos fiscais. Apesar do corte, o Estado ainda concede R$ 8 bilhões em benefícios ocupando o segundo lugar no ranking nacional de estados que mais concedem incentivos. Tirando a Zona Franca de Manaus, é o primeiro estado da Federação em concessão de benefícios fiscais

Além disso, Goiás lidera a geração de empregos industriais ao longo de cinco meses consecutivos.

Os dados vão de encontro ao que alega o setor industrial. Com vários projetos que tratam do tema tramitando na Assembleia, representantes do setor estiveram na Casa, na tarde desta quarta-feira, 12, para tentar um acordo com os deputados da base. O acordo acabou não acontecendo e as matérias foram aprovadas na Comissão Mista.

Na ocasião, o presidente da Federação da Industria de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, disse ao Jornal Opção que Goiás era o Estado de “maior segurança jurídica do país e que hoje ninguém acredita mais”. “Não vem mais nenhum empresário pra cá, mas nem enganado. Com CPI, com governo quebrando contrato […] Aquela curva de crescimento será, agora, representada por um grande buraco no desenvolvimento. Estamos criando uma onda de desindustrialização e desempregos sem precedentes”, declarou.

Se contra fatos não há argumentos, as declarações do setor empresarial ficam desacreditadas. Para convencer Governo e Legislativo de que o corte é prejudicial para o desenvolvimento de Goiás, a estratégia terá que ser revista.