Apesar do aumento de 8%, despesa segue dentro do limite prudencial. Prefeitura ainda não cogita reforma administrativa

Segundo números apresentados pelo secretário de Finanças, Alessandro Melo, na manhã desta quarta-feira (31/1), o aumento no gasto com folha de pagamento foi de 8,13% em 2017 em relação ao ano de 2016.

O número surpreende uma vez que a prefeitura não pagou o reajuste da data-base aos servidores municipais, exceto professores, e rompeu o contrato com os estagiários logo no início da gestão.

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Segundo o secretário, esse aumento se deu por conta do “crescimento vegetativo da folha”. “São vários os motivos para o aumento dessa despesa. Entre eles, talvez o maior deles, é o pagamento do piso nacional da educação, que não é uma decisão da prefeitura, mas tem um impacto direto na folha todos os anos. Além disso, são muitas outras variáveis que resultaram nesse aumento”.

Por enquanto, ainda não se cogita reforma administrativa no Paço. Inclusive, em janeiro, o prefeito Iris Rezende (MDB) anunciou nomeação para Assessoria Especial de Assuntos Internacionais, cargo do primeiro escalão criado pela gestão do ex-prefeito Paulo Garcia (PT), mas que seguia sem indicação desde que o emedebista tomou posse, há um ano.

Enquanto isso, a prefeitura também não dá certeza se pagará reajuste aos servidores em 2018. Apesar do aumento, o gasto com a folha corresponde a 46,07% da receita corrente líquida, ainda dentro do limite prudencial que é de 51%.

Para diminuir a despesa, a prefeitura tem promovido uma revisão da folha para cortar possíveis anomalias em forma de gratificações. Para tanto, contratou uma empresa para realizar a migração da folha para um novo sistema de controle, doado pelo Governo de Goiás, que pretende dar mais transparência e aos dados dos gastos com pessoal.

Números

Secretário de Finanças, Alessandro Melo | Foto: Larissa Quixabeira / Jornal Opção

Alessandro Melo convocou a imprensa na manhã desta quarta-feira (31/1) para um balanço das finanças do município no ano de 2017.

“As ações desenvolvidas pelo Fisco em Ação, aliadas à contenção de despesas e otimização dos contratos, foram determinantes para que reduzíssemos o déficit em cerca de 30%. Nossa meta, no entanto, é zerar esse déficit ainda dentro deste exercício e aí sim darmos andamento à execução fiscal da forma como prevista em nosso planejamento estratégico, priorizando os investimentos na cidade de Goiânia”, afirma Melo.

Otimista, o secretário apresentou queda no déficit mensal, de R$ 31 milhões para R$ 22 milhões, e queda na dívida consolidada, antes em 613 milhões e agora em cerca de R$ 550 mi.

O Programa de Recuperação Fiscal (Refis), implantado em agosto do ano passado e que vigorou até dezembro daquele ano, respondeu por R$ 91,1 milhões das receitas tributárias do município, em 2017. Foram feitas 172 mil negociações. R$ 52 milhões foram pagos à vista e R$ 39,1 milhões foram parcelados.