Melania Trump: primeira-dama que retorna ao posto é imigrante e defensora do aborto
06 novembro 2024 às 21h00
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Após uma histórica corrida eleitoral, Donald Trump está de volta à Casa Branca em 2025, e com ele, Melania Trump, de 54 anos, retoma o papel de primeira-dama dos Estados Unidos.
A primeira-dama, conhecida por sua postura reservada, já é comparada a outras figuras notáveis, como Jacqueline Kennedy e Michelle Obama, mas ao contrário dessas, Melania promete continuar sua participação discreta, como fez entre 2017 e 2021, quando seu marido ocupou o cargo pela primeira vez.
Melania Trump fez história ao se tornar a primeira mulher com dupla nacionalidade a ocupar o cargo de primeira-dama. Nascida em 1970 em Novo Mesto, na antiga Iugoslávia (atualmente Eslovênia), ela se tornou a primeira mulher naturalizada americana e a primeira não nascida nos EUA a assumir essa posição desde Louisa Adams, esposa do presidente John Quincy Adams (1825-1829).
Em um evento de 2020, Melania usou sua experiência como imigrante para reforçar os valores do “sonho americano” e destacar seu orgulho de viver nos Estados Unidos, um país que ela via como um “lugar de oportunidades”, ao crescer sob o regime comunista na Eslovênia.
Antes de se mudar para os EUA, Melania estudou arquitetura e design na Universidade de Liubliana, mas abandonou o curso para se tornar modelo. Seu trabalho nas passarelas a levou a posar nua para a revista francesa Max em 1996 e, no mesmo ano, ela se mudou para Nova York.
Foi nessa cidade que Melania conheceu Donald Trump durante um evento de moda, enquanto ele ainda estava casado com Marla Maples. Após um breve namoro, eles se casaram em 2005, e Melania tornou-se a terceira esposa de Trump, com quem teve seu único filho, Barron.
Durante o primeiro mandato de Trump, Melania se destacou por sua postura discreta, contrastando com o estilo explosivo e polêmico de seu marido. Embora o presidente tenha adotado uma postura rígida em relação à imigração, Melania, sendo uma imigrante, optou por não comentar publicamente sobre o tema, preferindo discutir questões políticas em particular com o marido.
Apesar de sua natureza reservada, Melania enfrentou críticas públicas, como acusações de trabalhar ilegalmente nos EUA antes de obter visto de trabalho e alegações de plágio durante um discurso de 2016, quando seu discurso se assemelhou ao de Michelle Obama. Em resposta, ela permaneceu em silêncio, e o redator do discurso pediu desculpas.
Mesmo sendo discreta, Melania não se esquivou de polêmicas. Em sua autobiografia, Melania, publicada em 2024, ela se posicionou firmemente a favor do direito ao aborto, uma questão que foi rejeitada por Donald Trump na corrida eleitoral contra Kamala Harris.
Ela escreveu: “Restringir o direito de uma mulher de escolher interromper uma gravidez indesejada é o mesmo que negar-lhe o controle sobre o próprio corpo. Carreguei essa crença comigo durante toda a minha vida adulta”.
A publicação do livro gerou grande interesse, e sua obra rapidamente se tornou um best-seller, refletindo a curiosidade dos americanos sobre os pensamentos de uma primeira-dama tão reservada. Uma das raras ocasiões em que Melania quebrou seu silêncio público foi quando Donald Trump foi alvo de um ataque a bala em um comício em Butler, Pensilvânia, em julho de 2024.
Em entrevista à Fox News, ela expressou seu pesar pelo incidente e criticou a violência contra seu marido, chamando a atenção para a atmosfera tóxica alimentada por líderes do partido opositor e pela mídia.
“É realmente chocante que toda essa violência atroz vá contra meu marido, especialmente quando ouvimos líderes do partido de oposição e a mídia tradicional rotulando-o como uma ameaça à democracia, chamando-o de nomes horríveis. Eles estão apenas alimentando uma atmosfera tóxica e dando poder a todas essas pessoas que querem prejudicá-lo. Isso precisa parar. O país precisa se unir”, argumentou.
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