R$ 160 mi em criptomoedas: veja o que se sabe sobre megaoperação em Goiás contra roubo de contas bancárias na deepweb

10 julho 2025 às 12h02

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Uma megaoperação da Polícia Civil (PC) prendeu investigados de acessar dados bancários de terceiros usando a ‘deepweb’ e usar criptoativos para furtar dinheiro, movimentando mais de R$ 160 milhões. A operação foi realizada nesta quinta-feira, 10, em Goiás, Distrito Federal e Rio de Janeiro. A polícia ainda bloqueou 32 imóveis e R$ 112 milhões de contas bancárias. O número total de presos ainda não foi divulgado.
As investigações começaram a partir de um grupo criminoso de Goiás que enviava criptoativos à carteiras virtuais associadas à marcas ilegais na darkweb, segundo a delegada Bárbara Buttini. Essas plataformas vendiam: cartões de crédito clonados; ‘dump’ utilizados para clonar cartões físicos; informações privadas usadas para aplicar golpes; softwares para falsificações de documentos; gerações de cartões e sites falsos; cédulas de moedas estrangeiras; e assinaturas de autoridades policiais.

Foram cumpridos 94 mandados judiciais, sendo 33 de prisão temporária e 43 de busca e apreensão, em seis cidades goianas e também no Rio de Janeiro e Distrito Federal. Também foram sequestrados 32 imóveis e bloqueados R$ 112 milhões de contas bancárias. Foram apreendidos pelos menos 40 cartões de crédito, nove relógios de luxo, joias, cheques em branco, dinheiro em espécie, drogas, máquinas de cartão de crédito e celulares novos.
As cidades onde os mandados foram cumpridos são: Goiânia, Aparecida de Goiânia, Goianira, Senador Canedo, Abadiânia, e Estrela do Norte.

Eles movimentaram cerca de R$ 164 milhões, dinheiro que foi lavado usando empresas de fachada. Segundo a delegada, eles faziam recapitalizações simuladas e movimentações empresariais falsas para justificar o aumento exponencial de capital.
Os investigados podem responder por crimes cibernéticos como furto eletrônico, associação criminosa, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e particular. Como os nomes deles não foram divulgados, o Jornal Opção não conseguiu localizar a defesa deles.
A operação foi nomeada Deep Hunt, por conta do uso da ‘deep web’ pelos criminosos. Frequentemente usada para circular conteúdo ilegal e palco de ataques criminosos, a deep web ou dark web é um espaço on-line anônimo, que não pode ser acessado por navegadores comuns. Segundo a polícia, foram mobilizados 180 policiais civis para a operação, realizada pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC).

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