Pesquisa aponta índice de 57,1 pontos, acima da média histórica de 50,2. Índice de satisfação com a vida também cresceu em dezembro

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De acordo com a pesquisa Índice do Medo do Desemprego, divulgada nesta quarta-feira, 6, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o medo de perder o emprego está subindo no Brasil. A preocupação é ainda mais intensa entre mulheres, jovens com idade entre 16 e 24 anos, profissionais com baixa escolaridade e moradores de periferias.

Segundo o estudo, o índice ficou em 57,1 pontos, na medição feita em dezembro de 2020. Este número se encontra acima da média histórica registrada, de 50,2 pontos. “No trimestre, o indicador subiu 2,1 pontos na comparação com setembro do ano passado e está um ponto acima do registrado em dezembro de 2019”, explicou a CNI.

O indicador é ainda maior se tratando do público feminino. O indicador chega a 64,2 pontos, enquanto entre os homens, o índice está em 49,4 pontos. Em ambos os casos, a CNI identificou um aumento de preocupação com o emprego, em relação a setembro de 2020.

Levando em conta o grau de instrução dos entrevistados, o perfil que apresentou nível maior de medo é o de pessoas com grau de instrução inferior ao ensino médio completo. O índice ficou em 59,1 pontos entre os que estudaram até a 4ª série da educação fundamental, e em 59,2 pontos entre os com instrução entre a 5ª e a 8ª série.

Os entrevistados com nível superior também mostraram um maior medo de desemprego. Entre setembro e dezembro, o índice subiu de 50,1 pontos para 54,7 pontos. Moradores das periferias também estão entre os que apresentaram maior crescimento no Índice do Medo do Desemprego, passando dos 55,9 pontos de setembro para 65,5 pontos em dezembro.

Satisfação com a vida

O levantamento apresentado pela CNI mede também o Índice de Satisfação com a Vida (ISV). Este índice alcançou 70,2 pontos em dezembro de 2020, ficando acima da sua média histórica de 69,6 pontos. De acordo com a CNI, isso não ocorria desde 2014. 

Para o gerente-executivo de Economia da CNI, Renato da Fonseca, essa melhora pode estar relacionada “tanto à percepção, no início de dezembro, de melhora da crise sanitária e econômica, como ao auxílio emergencial, que proveu maior segurança econômica às famílias de baixa renda”.

Na avaliação da CNI, o aumento deste índice foi maior entre os entrevistados com renda familiar até dois salários mínimos. “Mas, mesmo assim, esse grupo apresenta o menor índice”, complementa a CNI, ressaltando que a satisfação “cresce na medida em que aumentam a renda familiar e o grau de instrução do entrevistado”.

A satisfação com a vida é maior entre os mais jovens. “O índice cai de 72,8 pontos, entre os entrevistados com 16 anos a 24 anos de idade, para 68,9 pontos entre os com 55 anos ou mais”.

Para realizar o levantamento, a CNI contou com mais de 2 mil entrevistados em 126 municípios, entre os dias 5 e 8 de dezembro. As entrevistas foram feita pelo Ibope Inteligência.