Promotora Villis Marra, que já acompanhava denúncias contra gestores do HDT, ouve essa semana todos sete médicos suspeitos de não cumprir carga horária

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Todos os sete médicos denunciados por suspeitas de fraudar o controle de ponto do Hospital de Doenças Tropicais (HDT) vão prestar depoimento esta semana o Ministério Público de Goiás (MP GO). O infectologista Boaventura Braz de Queiros, já esteve com a promotora Villis Marra, e aponta que o objetivo é esclarecer as alegações de que eles não vinham cumprindo a carga horário.

A denúncia contra os médicos partiu da direção da OS que administra o HDT – Instituto Sócrates Guanaes (ISG).  Em depoimento à promotora, os médicos tem alegado que a denúncia contra eles são uma retaliação. “Encaramos como um processo de retaliação por termos apresentado queixas relativas ao andamento da administração do HDT”, diz o médico Boaventura. Assim como ele, demais médicos denunciados fazem atendimento na unidade e atuam como preceptores na residência.

A promotora Villis Marra já vinha acompanhando as denúncias dos médicos contra a gestão do HDT. Entre as queixas contra o hospital está a relacionado o bloqueio de UTIs para reduzir custos na unidade. “Fizemos essas denúncias ao Cremego e também ao Ministério Público, e acreditamos que isso culminou com a acusação de estarmos fraudando o ponto. O que não é verdade”, argumenta o médico.

Boaventura alega que não há irregularidade com ponto dos médicos preceptores, e é isso que eles tem buscado esclarecer junto ao MP. “Há uma portaria que estabelece que nossa carga horário é dividida em 12 para assistência médica, acompanhando residentes, outras 4 horas dedicadas para academia, ou seja dar aulas e mais 4 horas disponíveis para preparo dessas aulas, avaliação de trabalhos e do desenvolvimento dos residentes”, afirma.

Os médicos denunciados pela direção da OS chegaram a pedir a demissão da função de professores. Mas acabaram retornando a função. “Aceitamos retornar sob a promessa de fazer uma nova portaria delimitando todas as questões de horários, assegurando nosso tempo para dar aula, organizar e preparar as aulas”, conta o médico Boaventura.