Médicos do HDT denunciados por fraudes alegam ao MP que são vítimas de retaliações
11 março 2020 às 16h39

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Promotora Villis Marra, que já acompanhava denúncias contra gestores do HDT, ouve essa semana todos sete médicos suspeitos de não cumprir carga horária

Todos os sete médicos denunciados por suspeitas de fraudar o controle de ponto do Hospital de Doenças Tropicais (HDT) vão prestar depoimento esta semana o Ministério Público de Goiás (MP GO). O infectologista Boaventura Braz de Queiros, já esteve com a promotora Villis Marra, e aponta que o objetivo é esclarecer as alegações de que eles não vinham cumprindo a carga horário.
A denúncia contra os médicos partiu da direção da OS que administra o HDT – Instituto Sócrates Guanaes (ISG). Em depoimento à promotora, os médicos tem alegado que a denúncia contra eles são uma retaliação. “Encaramos como um processo de retaliação por termos apresentado queixas relativas ao andamento da administração do HDT”, diz o médico Boaventura. Assim como ele, demais médicos denunciados fazem atendimento na unidade e atuam como preceptores na residência.
A promotora Villis Marra já vinha acompanhando as denúncias dos médicos contra a gestão do HDT. Entre as queixas contra o hospital está a relacionado o bloqueio de UTIs para reduzir custos na unidade. “Fizemos essas denúncias ao Cremego e também ao Ministério Público, e acreditamos que isso culminou com a acusação de estarmos fraudando o ponto. O que não é verdade”, argumenta o médico.
Boaventura alega que não há irregularidade com ponto dos médicos preceptores, e é isso que eles tem buscado esclarecer junto ao MP. “Há uma portaria que estabelece que nossa carga horário é dividida em 12 para assistência médica, acompanhando residentes, outras 4 horas dedicadas para academia, ou seja dar aulas e mais 4 horas disponíveis para preparo dessas aulas, avaliação de trabalhos e do desenvolvimento dos residentes”, afirma.
Os médicos denunciados pela direção da OS chegaram a pedir a demissão da função de professores. Mas acabaram retornando a função. “Aceitamos retornar sob a promessa de fazer uma nova portaria delimitando todas as questões de horários, assegurando nosso tempo para dar aula, organizar e preparar as aulas”, conta o médico Boaventura.